Banda de Oxford, na Inglaterra, se esforça para criar nuances e mostrar canções climáticas no festival
Yannis Phillipakkis grita ao microfone. O Foals se aproxima de um rock mais visceral, gutural quase. Barulheira, ruídos, tudo que há de mais pesado e obscuro no som da banda. Eles sofrem, contudo, em estabelecer o clima necessário para os momentos mais sombrios debaixo de um sol poderoso, embora peneirado por nuvens.
Sob tanta luz, neste fim de tarde de sexta-feira, 5, no Autódromo de Interlagos, no primeiro dia de Lollapalooza, o Foals precisa suar mais, literalmente, para ser capaz de recriar no palco os nuances da banda em seus até agora cinco discos.
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Banda que nunca fica parada, o Foals é um expoente de destaque de um momento pós-garage rock dos anos 2000, com temáticas que extrapolam a normalidade e sempre propõem o inusitado sonoro.
Por vezes cheia de guturalidade, noutras, com delicadeza, o Foals cria uma apresentação contagiante ao entregar vibrações sonoras que não caem na morosa normalidade. São canções explosivas, como “My Number”, “Spanish Sahara”, “Inhaler” e “What Went Down”, que vão do céu ao inferno, do caos à paz, em pouco mais de três minutos.
Sim, a luz do fim de tarde atrapalhou o Foals, mas com canções poderosas, eles foram capazes de estabelecer uma conexão climática com quem estava a fim de vê-los. Ainda bem.