Apesar das músicas novas, a banda liderada por Paul Banks parece ter medo de inovar demais e se perder
Não há dúvidas de que o Interpol cultiva uma grande base de fãs no Brasil. São sempre essas pessoas que comparecem a todos os shows que a banda faz aqui, e que também não se importam com o medo de mudar que eles sofrem.
Paul Banks subiu ao palco com seu figurino típico ao som do clássico “C’Mere”, e a partir daí, manteve a mesma expressão até sair do Onix.
Deixando transparecer apenas indícios de satisfação, a banda veio para apresentar músicas novas como “Fine Mess” e “The Rover” (na qual o vocalista parece cantar para si mesmo que está ficando mais velho), mas não se esforça muito em tentar algo diferente.
Novamente, o Interpol tem esse certo medo de mudança. Mesmo figurino e postura desde sempre. E, por pior que essa estagnação soe, parece não afastar quem gosta de verdade do som dos caras.
Atrás do palco era possível avistar a chuva a caminho do Lolla. As nuvens carregadas pareciam fazer parte da estética do show, em companhia aos telões em preto e branco e ao figurino também bicolor.
Independente da intensidade do fanatismo por eles, porém, é impossível não notar que a bateria estava no volume ideial, enquanto o resto dos instrumentos pareciam baixos demais.
E esse é outro fator que parece transparecer o já mencionado medo. Medo de serem agressivos e viscerais como eram na época do disco Turn On The Bright Lights, de 2002, mesmo com varios clássicos do álbum de estreia no setlist como “Say Hello to the Angels” e “Roland”.
Ainda assim, o público ama e grita: “Interpol!”.
Fã fiel é isso. A honra de estar frente a frente com a apatia simpática de Paul Banks e cia faz valer a pena.
“Rest My Chemestry”, do Our Love To Admire, faz um grande número de celulares irem ao ar, e faz parte insubstituível dos shows da banda. Assim como quando toca o hino “Slow Hands”, do disco Antics.
Depois da apresentação, o Interpol ainda é o mesmo. E cola no show quem estiver ciente disso.