Com seu show mais político, Letrux performou suas canções em meio a reverências ao ex-presidente e Marielle Franco
A cantora e compositora, Letícia Novaes, trouxe para o último dia do Lollapalooza Brasil, o seu espetáculo “Letrux em Noite de Climão”.
A artista brasileira e independente entregou ao público do festival um momento catártico com a sua poesia, perfomances e ativismo político mesclando suas potentes canções a celebração dos movimentos sociais, como a luta contra a transfobia, o feminismo e a atual situação política do país.
Durante sua apresentação, mencionou um ano de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A plateia em coro gritou “Lula Livre”.
"Hoje faz um ano que o Lula foi preso e nós sabemos porquê fizeram isso com ele. Não podemos apoiar quem está lá agora. Fora, Bolsonaro", disse a cantora.
O seu show, assim como o disco, chega aos olhos e aos ouvidos com uma ambientação de dramaturgia. As suas canções ganham ainda mais força quando sobem ao palco na voz de Letícia.
O conjunto visual da banda, marcada pela presença intensa da cor vermelha, dá o tom dramático ao show.
Teatral, romântica e íntegra, celebra o feminino, a liberdade e o sexual de forma muito particular.
A artista cantou seus maiores sucessos do disco como Ninguém Perguntou Por Você, “Que estrago”, “Flerte Revival” e “Noite Estranha, Geral Sentiu”.
Entre as canções, Letícia fez uma sútil crítica ao festival, devido à uma denúncia reportada pelo jornal Folha de S. Paulo na sexta, 6, ao apurar que pessoas em situação de rua receberam cinquenta reais para realizarem a montagem dos palcos.
“Queria agradecer a quem ajudou a erguer cada centímetro, quem colocou cada parafuso [deste palco].” disse a artista. “Viver numa sociedade capitalista é confuso”, completou.
Ao encerrar o seu show, trouxe às mãos uma placa com o nome da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro.
“Para nunca esquecermos”, concluiu a artista.