Sozinha no palco, a compositora recebeu a lua com a precisão dos seus solos de guitarra
St. Vincent se apresentou no começo da noite desta sexta, 5, primeiro dia de Lollapalooza 2019. Sem falhas, a compositora se postou sozinha de frente ao público, e de lá, do meio do palco, brincou meticulosa e precisamente com a guitarra.
Performática e cheia de olhares expressivos para os fãs, a compositora fez, repito, sozinha, o Adidas parecer pequeno para sua presença.
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A mistura de beats eletrônicos com a guitarra e voz orgânicas destacam um caráter único nas criações da cantora. Corajosa, ela não desvia o olhar da plateia, enquanto as mãos não param de fazer combinações de solinhos e acordes que atingem a todos com o impacto de uma porrada.
Independente se rosa, vermelha, azul, preta ou branca, a guitarra é personagem tão principal quanto a própria Anne Erin. Sutilmente, ela troca de instrumento quase que a cada música, mas é tudo tão natural e parte da performance que você só percebe no meio da faixa seguinte que aquilo que era roxo agora não é mais.
As imagens exibidas no telão são cenas retiradas diretamente de sonhos agitados e conturbado. Surreais, inimagináveis e por vezes perturbadoras, as sequências que acompanhar o show variam entre um exército de pessoas fantasiadas e sem rostos dançando em sincronia, a gravações de Anne enquanto cuspindo um líquido verde e segura na orelha um telefone antigo. Em sua mão, senta um louva-a-deus, figura presente em outras imagens.
O inseto, que entra na classe dos guerreiros, pode ser interpretado como símbolo de fé para os humanos.
A mixagem de todos os sons se mostrou exata e perfeita, já que em um cenário no qual grande parte do ambiente é preenchida por batidas eletrônicas pegadas, o mais fácil seria se deparar com uma guitarra inaudível. Mas não foi o caso.
Para completar, ainda homenageou a Rua Augusta na música “New York”.
St. Vincent hipnotizou sem esforço aparente toda uma plateia. Todos os olhos nela, durante todo o show. E nem um erro.