A cantora de 33 anos deu entrevista ao site The Guardian para promover o disco Bom Mesmo É Estar Debaixo D'Água
Recentemente, Luedji Luna deu uma entrevista ao site britânico The Guardian para promover o disco Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água, lançado em 14 de outubro e disponível em todas as plataformas digitais.
“É um álbum que fala sobre mim, que é sobre mim”, revelou a brasileira de 33 anos durante a vídeo chamada. “Mas também trago outras vozes e imagens de mulheres negras. Porque é um ‘eu’ que também é ‘nós’, que é coletivo.”
“[A escritora e ativista social afro-americana] bell hooks disse que o amor cura, e trago a perspectiva da cura para este álbum”, continuou Luedji, afirmando que mulheres negras também têm o direito de “serem amadas.”
Ao ser questionada sobre racismo e política no governo Bolsonaro, a quem descreve como uma ‘aberração’ e herança de um passado colonial totalmente brutal, a cantora explicou que “essa ideia falsa, essa falácia de democracia racial é antiga.”
“Temos todos os dados que confirmam e comprovam estatisticamente que o Brasil é um país racista”, continuou. “Nosso país foi construído a partir da escravidão.”
No decorrer da conversa, Luedji também revelou que também quer “desmistificar” e “parar de demonizar” o Candomblé, religião à qual ela é adepta.
Ela espera fazer o mesmo pelos negros.
“Muitos esperam que a gente cante sobre fome, dor, tristeza. Mas podemos cantar sobre outras coisas. Também vivemos outras coisas. É por isso que falo de amor, para fugir desse estereótipo, dessa expectativa de dor quando você pensa em uma mulher negra”, afirmou. “Estou falando sobre o amor como cura. Estou falando sobre o amor como poder.”
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