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Mano Brown fala sobre rolezinhos: “Eu sou a favor dos moleques, tem que invadir mesmo”

Rapper também comenta seu primeiro disco solo, Boogie Naipe

Redação Publicado em 24/02/2014, às 19h09 - Atualizado às 22h24

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Mano Brown - Rui Mendes
Mano Brown - Rui Mendes

Em entrevista ao canal ONErpmSessions, da distribuidora de música digital ONErpm, concedida com exclusividade à Rolling Stone Brasil, Mano Brown falou sobre o fenômeno dos "rolezinhos". O integrante do grupo Racionais MC's está atualmente trabalhando em seu primeiro projeto solo, intitulado Boogie Naipe.

Racionais MC’s estamparam a capa da edição de aniversário da Rolling Stone Brasil em 2013. Leia a matéria completa.

“Os caras querem o quê?”, pergunta o rapper. “Colocam um shopping no meio de 300 favelas, põem tudo que tem do bom e do melhor lá dentro, eles querem o quê?” Em relação ao número elevado de jovens que aderiram aos passeios, Brown diz acreditar que eles se sintam mais confortáveis em grupo. “A teoria que eu tenho é que os moleques se sentem bem quando estão em maioria. Daí eles usaram a internet para ser maioria.” Em seguida, ele afirma estar “do lado” dos adolescentes dos rolezinhos, que, segundo ele, são vítimas do racismo presente na nossa sociedade. "A sociedade vai, chama a polícia. A polícia para na frente: ‘Preto de boné não entra’, olha para um preto: ‘É rolezinho, não pode entrar’. Dá pra meter 300 processos por dia nos caras por racismo.”

“Eu sou a favor dos moleques, tem mais que invadir mesmo. Vai fazer o quê, pedir para entrar? A porta está aberta. Você entra”, ele declara.

Mano Brown também discute as diferenças entre o som da sua estreia solo, o disco Boogie Naipe, e as músicas do Racionais. “Os Racionais têm um jeito diferente de fazer as músicas, são três compositores”, explica, dizendo que o jeito foi mudar as parcerias e misturar os compositores, como Seu Jorge, que participou do álbum. “E deu outra química, outro som... Acredito que vá ser surpreendente.”

Outro assunto abordado foi a preferência do público jovem por um som mais moderno. “Já é uma terceira geração do hip-hop que só ouve hip-hop... Não é fácil você resgatar o Marvin Gaye na terceira geração depois do Tupac [Shakur]”, ele afirma. “Mas acho que a tendência é ter uma volta a algumas coisas que foram esquecidas no passado.”

Veja abaixo Mano Brown cantando um trecho à capela da música "Foi Num Baile Black", gravada na série de programas ONErpmSessions. Guilherme Arantes, Rashid, Qinho, Bonde da Stronda e Opanijé são alguns dos artistas que também gravaram participações, que podem ser vistas no canal da ONErpm no YouTube.