Cantor concordou em pagar cerca de US$ 330 mil dólares depois de acusar a atriz por difamação após denúncias de abuso sexual que ela fez contra ele
Artigo publicado em 26 de novembro de 2024 na Rolling Stone, para ler o original em inglês clique aqui.
Marilyn Manson retirou um processo que apresentou contra a atriz Evan Rachel Wood, no qual alegava que ela o difamou ao acusá-lo de agressão sexual. O músico concordou em pagar quase US$ 330 mil para cobrir os custos de Wood com os advogados, de acordo com documentos obtidos pela Rolling Stone.
A equipe legal de Wood disse em um comunicado que Manson, cujo nome verdadeiro é Brian Warner, tentou resolver o processo em meados do primeiro semestre de 2024, ao mesmo tempo em que apelava das decisões de um juiz contra ele.
A oferta inicial era pagar uma parte das taxas da atriz em troca de manter o acordo confidencial, além de divulgar uma declaração mutuamente combinada. Wood rejeitou essa oferta. Brian Warner posteriormente concordou em retirar totalmente seu processo contra Wood e pagar suas taxas legais completas.
Marilyn Manson entrou com um processo contra a Sra. Wood como um golpe publicitário para tentar minar a credibilidade de seus muitos acusadores e reviver sua carreira em declínio. Mas sua tentativa de silenciar e intimidar a Sra. Wood falhou", disse um representante da atriz em comunicado. "Conforme o tribunal corretamente concluiu, as alegações de Warner eram infundadas. A decisão de Manson de finalmente abandonar seu processo e pagar à Sra. Wood sua taxa completa de quase US$ 330 mil apenas confirma isso."
Warner apresentou o processo em março de 2022, semanas antes do lançamento do documentário Phoenix Rising, no qual Wood detalhou suas alegações de estupro e abuso sexual contra Warner e como isso a levou a defender a legislação em favor dos sobreviventes dessas agressões.
O processo também aconteceu pouco mais de um ano após Wood fazer uma postagem no Instagram dizendo: "O nome do meu agressor é Brian Warner, também conhecido mundialmente como Marilyn Manson", referindo-se a um depoimento anterior em que se descrevia Warner apenas como um abusador e a uma entrevista de 2016 à Rolling Stone na qual dizia ter sido estuprada.
Após a declaração de Wood, mais de uma dúzia de mulheres também se manifestaram com alegações de abuso sexual contra Warner. Várias mulheres também entraram com processos civis, alguns dos quais terminaram em acordo ou arquivamento.
A Rolling Stone conduziu uma extensa investigação em 2021, conversando com mais de 55 fontes sobre as alegações contra a Warner. Ele negou veementemente todas as acusações de abuso.
Warner começou a me aliciar quando eu era adolescente e me abusou horrivelmente por anos", escreveu Wood em sua postagem inicial. "Fui lavada cerebralmente e manipulada para submissão. Estou cansada de viver com medo de retaliação, difamação ou chantagem. Estou aqui para expor esse homem perigoso e denunciar as muitas indústrias que o habilitaram antes que ele arruine mais vidas. Eu apoio as muitas vítimas que não ficarão mais em silêncio."
Em Phoenix Rising, Wood descreveu em mais detalhes o suposto abuso, alegando que Warner "essencialmente a estuprou" no set de um videoclipe para a música "Heart-Shaped Glasses" e que ele a abusou fisicamente durante a turnê. Ela também alegou que ele a estuprou enquanto ela dormia e que a acompanhou para fazer um aborto quando ficou grávida.
O processo de Warner alegava que Wood se passou por um agente do FBI, enviando cartas fraudulentas para os associados de Manson em um esforço para envolvê-los em uma conspiração contra ele.
Mason alegou que Wood usou seu papel na criação do Phoenix Act, uma organização sem fins lucrativos que ela fundou para ajudar sobreviventes de abuso sexual, para recrutar mulheres para acusá-lo de irregularidades.
Em maio de 2023, um juiz rejeitou muitas das alegações, incluindo a de que Wood teria recrutado mulheres para falar contra ele. Em fevereiro deste ano, um juiz ordenou que Warner pagasse a Wood cerca de US$ 326 por suas taxas de defesa.
Esta decisão foi tomada sob um estatuto da Califórnia que protege as pessoas que são injustamente processadas por exercer seu direito à liberdade de expressão. A equipe legal de Warner apresentou um apelo de 92 páginas em agosto.
Em março de 2022, Wood disse aos apresentadores do The View que estava disposta a permitir que o processo de Warner contra ela fosse a julgamento, se necessário.
Isso é o que praticamente todo sobrevivente que tenta expor alguém em uma posição de poder enfrenta, e essa é parte da retaliação que mantém os sobreviventes em silêncio. É por isso que as pessoas não querem se manifestar. Isso era esperado. Estou muito confiante de que tenho a verdade do meu lado e que a verdade virá à tona", disse ela na época.
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