Duo norte-americano ameaçou processar o partido União por um Movimento Popular, que usou a faixa "Kids" sem autorização; Ben Goldwasser aproveita e fala sobre novo disco, que vai ter influências de música praiana e do "clima depressivo do inverno"
O duo norte-americano MGMT trouxe de volta à baila imbróglio com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
No mês passado, a dupla ameaçou entrar com um processo contra o UMP (sigla para União por um Movimento Popular, partido de Sarkozy), com a alegação de que a faixa "Kids", hit do duo, foi usada sem autorização em um congresso. Houve um acordo e, no final das contas, a indenização foi doada por Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser a associações em defesa do direito dos artistas.
"Normalmente, o MGMT não mistura música e política. Mas o fato de o UMP usar nossa faixa sem permissão - enquanto, simultaneamente, empurrava uma política anti-pirataria - nos pareceu um pouco louco", diz um comunicado da banda à imprensa internacional.
Mas Vanwyngarden e Goldwasser afirmaram querer pular fora dessa característica tão associada aos EUA - processar sempre que for possível. "Não queríamos ser 'o típico americano' e processar, apesar do benefício monetário e dos casacos de chinchila que isso nos traria. No lugar, estamos usando o montante cedido pelo UMP como doação para organizações pró-direitos dos artistas. Obrigado, França, pela ótima comida. C'est bon."
Em entrevista à ABC, TV pública da Austrália, o duo chamou a atitude - defender maior rigor com o download gratuito de músicas e usar uma faixa indevidamente - de "hipócrita".
Aproveitou, ainda, para dar detalhes do sucessor de Oracular Spectacular, o elogiado debut. A composição, afirmou Goldwasser, começou há algumas semanas, "num cenário rural agradável, (...) afastado da cidade de New York. E, tipo, era inverno". Pois bem: parte da ideia era "se trancar no meio do inverno; algo bem frio e depressivo". Logo depois, no entanto, o grupo pularia para "algum lugar onde estaremos na praia e curtindo o clima ensolarado".
Ou seja: esperem "um som mais introspectivo" mesclado a faixas "com clima surf, praiano". O resultado será um álbum (ainda sem previsão de lançamento) com "influências distintas", que vai "numa direção mais rock".