Disputa entre a família do Rei do Pop e a produtora dos shows de retorno do músico chega ao 76º dia de testemunhos
Michael Jackson tinha uma dependência “muito intensa” em drogas nos últimos 15 anos da sua vida, de acordo com o especialista em vícios chamado pela empresa AEG Live, chamado para testemunhar em parte do processo de homicídio movido pela família contra a promotora dos shows do músico.
O doutor Petros Levounis afirmou que abuso de substâncias, contudo, era tão secreto que os produtores dos shows não teriam como saber que ele estava colocando a si mesmo em risco durante a preparação para a turnê de retorno, em 2009. As informações são do site da emissora norte-americana CNN.
O advogado da família Jackson contra-atacou dizendo que o vício do Rei do Pop já era conhecido há tempos, lembrando que Michael foi obrigado a antecipar o encerramento da turnê Dangerous, em 1993, para se entrar em tratamento de reabilitação contra a dependência de analgésicos. “Se ele anunciou ao mundo, isso não é muito privado, ou é?”, disse Michael Koskoff, advogado da família, durante o interrogatório.
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“Naquele momento, ele não era reservado”, disse Levounis. O advogado de defesa da empresa ainda disse que Jackson usava medicamentos derivados de ópio, como analgésicos, com prescrição médica, para tratar de lesões no couro cabeludo sofridas quando o cabelo pegou fogo e por decorrência das cirurgias cosméticas. E essas substâncias não tiveram um papel na morte do músico: de acordo com o legista de Los Angeles, Jackson morreu de overdose de profonol, um analgésico cirúrgico.
Dr. Conrad Murray deu o medicamento ao cantor por 60 noites consecutivas, para combater a insônia sofrida por ele. O juiz não deu permissão a Levounis para depor se ele acreditava que o músico era viciado em analgésicos.
Levounis explicou como os efeitos do vício no cérebro, afirmando que há um “sequestro dos mecanismos de recompensa de prazer” químico. Ele ainda citou que pessoas assim ficam viciadas pelo resto da vida.
“O vício de Michael Jackson era muito intenso e tenho poucas dúvidas de que as vias de prazer e recompensa dele foram sequestradas e ele sofria de dependência”, disse o médico.
Levounis também acredita que Murray e Jackson eram próximos demais, fazendo com que fosse difícil o tratamento do vício de drogas do paciente.
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“Uma amizade forte entre um paciente viciado e o médico é problemática. Faz com que seja muito mais fácil para o paciente pedir por medicamentos e torna difícil para o provedor resistir a isso”, disse Levounis.
Nesta terça-feira, foi o 76º dia de testemunhos do julgamento de homicídio culposo (ou seja, sem intenção de matar) que começou em abril deste ano. O caso está previsto para acabar em setembro.