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Morre aos 74 anos a lenda do boxe Muhammad Ali

O atleta foi um ativista social até o dia de sua morte

Rolling Stone EUA Publicado em 04/06/2016, às 11h10 - Atualizado às 13h19

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Muhammad Ali  - John Rooney/AP
Muhammad Ali - John Rooney/AP

Muhammad Ali, o pugilista que é considerado um dos maiores atletas de todos os tempos, morreu na última sexta, 3. A persona pública divertida e arrojada, o estilo de luta inovador e as declarações políticas fizeram dele um dos mais reconhecidos e admirados norte-americanos no mundo. As informações foram dadas pela NBC News.

“Depois de uma batalha de 32 anos contra o Mal de Parkinson, Muhammad Ali morreu aos 74 anos”, disse um representante da família, Bob Gunell. “O boxeador tricampeão mundial dos pesos pesados morreu esta noite. O funeral de Muhammad Ali acontecerá na cidade natal dele, Louisville, Kentucky. A família de Ali agradece a todos pelos pensamentos, orações e apoio e pede privacidade neste momento.”

Ali ganhou títulos mundiais dos pesos pesados batendo um recorde: três vezes na carreira de 22 anos. As rivalidades dele com Sonny Liston, George Foreman e, especialmente, Joe Frazier, são lendárias. Carismática, orgulhosa e cheia de frases interessantes, a maneira de falar despojada e de autopromoção de Ali nas entrevistas fez dele um novo tipo de celebridade dos esportes, e o comprometimento dele em atuar de acordo com as convicções de sua persona redefiniram o papel de um atleta como pessoa pública.

A conversão ao islã em 1963 alienou fãs de boxe brancos nos Estados Unidos e, depois que ele se recusou a servir na Guerra do Vietnã, ele foi impedido de lutar por quatro anos no auge da carreira. Pessoas que nunca assistiram a uma luta de boxe na vida – ou que nunca aprenderam a falar uma palavra em inglês –, sabiam que era Muhammad Ali, e sabiam que ele era, como o próprio dizia, “o maior”.

Apesar da doença, Ali – cujo nome de batismo era Cassius Marcellus Clay Jr. – permaneceu ativo por muitos anos, como uma figura pública celebrada, honrada pelo establishment que uma vez o crucificou. Ele também não deixou de atuar como ativista social. Viajou ao Iraque em 1991, para negociar a libertação de reféns norte-americanos com Saddam Hussein, e ao Afeganistão em 2012 como Mensageiro da Paz das Nações Unidas.

O pugilista deixa a quarta esposa, Lonnie, com quem casou em 1986, e nove filhos: sete filhas e dois filhos. A filha mais nova dele, Laila, nascida em 1977, tornou-se uma boxeadora profissional, aposentando-se sem derrotas em 2007.

“É um dia triste para a vida, cara. Eu amava Muhammad Ali, ele era meu amigo. Ali nunca vai morrer”, disse Don King, que promoveu as maiores lutas de Ali, à Associated Press. “Como o de Martin Luther King, o espírito dele vai continuar, ele esteve lá pelo mundo.”