Morre Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, aos 100 anos
O mandato de Jimmy Carter foi abalado por múltiplas crises, mas o 39º presidente é elogiado pela extraordinária decência e legado filantrópico
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 29/12/2024, às 19h10Jimmy Carter, humanitário, diplomata e 39º presidente dos Estados Unidos, morreu neste domingo, 29, na casa dele em Plains, Geórgia, após receber cuidados paliativos, segundo filho James E. "Chip" Carter III. Ele tinha 100 anos. As informações são da Rolling Stone EUA. A notícia chega pouco mais de um ano após a morte da esposa, Rosalynn, com quem foi casado por 77 anos.
"Meu pai foi um herói, não apenas para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta", disse Chip em uma declaração. "Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o resto do mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família devido à maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas."
Ex-legislador estadual e governador da Geórgia, Carter inesperadamente subiu para conquistar as primárias democratas e a presidência de 1976. O charme folclórico e status de outsider de Washington conquistaram uma nação que buscava uma bússola moral após o caso Watergate e Guerra do Vietnã.
Mas Jimmy Carter cumpriu apenas um mandato. Apesar de diversas realizações marcantes na política externa, tempo dele no cargo foi caracterizado por lutas para administrar uma crise energética, uma economia instável e a crise de reféns no Irã, que durou 444 dias da presidência. Para muitos estadunidenses, Carter nunca pareceu ter nascido para a Casa Branca, porque virava as costas para muitas das armadilhas do cargo — ele proibiu a execução de "Hail to the Chief" — e falhando em projetar uma imagem resoluta diante de uma série de problemas nacionais.
Embora o tempo no cargo tenha sido tenso, o legado pós-presidencial de Carter de trabalho humanitário e diplomático foi incomparável. Em 2002, tornou-se o terceiro presidente após Theodore Roosevelt e Woodrow Wilson a ganhar o Prêmio Nobel da Paz (Obama também ganharia o prêmio, em 2009). Com a esposa, fundou o Carter Center, organização sem fins lucrativos por meio da qual trabalhou para promover os direitos humanos até a morte.
Ele creditou a própria fé religiosa como estrela-guia moral e viveu uma vida notoriamente modesta após ocupar o mais alto cargo do país, retornando à mesma pequena casa de fazenda onde morava antes de se mudar para Washington, comprando roupas na loja Dollar General e dando aulas na escola dominical quase toda semana na Maranatha Baptist Church, na cidade rural de Plains, Geórgia.
+++LEIA MAIS: "Os Simpsons" erra previsão sobre vitória de Donald Trump contra Kamala Harris; entenda
+++LEIA MAIS: Billie Eilish chama Donald Trump de 'alguém que odeia mulheres'
+++LEIA MAIS: Denzel Washington alerta sobre manipulação política nos EUA: 'É melhor que as pessoas percebam que estão sendo manipuladas por ambos os lados'
+++LEIA MAIS: Gibson notifica Trump para que pare de usar réplicas de suas guitarras
+++LEIA MAIS: Zachary Levi refuta alegações de que foi 'cancelado' após apoiar Trump