Músico, considerado um dos precursores da bossa nova, sofria de câncer de próstata; empresário diz que há disco inédito
Johnny Alf, considerado um dos precursores da bossa nova, morreu nesta quinta-feira, 4, no Hospital Mário Covas, na cidade de Santo André (São Paulo). O cantor, compositor e pianista sofria de câncer de próstata, e tratava a doença há três anos.
Recluso, Alf não tinha parentes. O velório deve acontecer nesta sexta, 5, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Músico admirado
"O cara tinha letras e harmonias absolutamente inéditas na música brasileira, e é por isso que Cesar Camargo Mariano, Roberto Menescal, Luiz Eça e Carlos Lyra, garotos que mal podiam entrar no lugar, iam ao Beco das Garrafas só para vê-lo", afirmou Luís Carlos Miéle sobre Johnny, em texto publicado na edição de janeiro da Rolling Stone Brasil (clique aqui para ler na íntegra).
Confira, clicando em uma das fotos menores ao lado, uma galeria com as capas dos principais discos de Johnny Alf.
Para o produtor, que foi mestre de cerimônias do show Genialf, feito por Filó Machado e Cibele Codonho em homenagem ao músico, em dezembro de 2009, Johnny tinha talento de sobra - mas faltava apelo de marketing. Seria esse um dos motivos que levaram Johnny a ser pouco lembrado, em comparação a contemporâneos da bossa nova, como Tom Jobim.
Johnny nasceu Alfredo José da Silva, no dia 19 de maio de 1929. Prodígio, começou a aprender piano aos 9 anos de idade. Formou seu primeiro conjunto musical aos 14. Daí em diante, Johnny seguiu na música, ganhando destaque com suas composições. Uma delas, "Rapaz de Bem", de 1953, foi considerada o pontapé para a bossa.
Apesar da produção escassa nos últimos anos, é possível que o público venha a conferir material inédito em breve: de acordo com Nelson Valencia, que vinha trabalhando como empresário do cantor desde o início da década de 90, há um disco gravado em Nova York há cerca de dez anos, nunca lançado.