Diretor de Vidas Secas e Rio, 40 Graus, ele foi precursor do "cinema novo brasileiro"
O cineasta Nelson Pereira dos Santos morreu neste sábado, 21, aos 89 anos, no Rio de Janeiro. A morte foi informada pela Academia Brasileira de Letras, que anunciou que o diretor estava internado no Hospital Samaritano do Rio, para tratar de uma pneumonia e, posteriormente, foi descoberto um tumor no fígado.
Precursor do "cinema novo brasileiro", Pereira dos Santos é responsável por clássicos como Rio, 40 Graus, de 1955, e Vidas Secas, de 1963. Ele nasceu em 22 de outubro de 1928, no bairro do Brás, em São Paulo. Era formado em direito, atuou como jornalista e foi filiado ao Partido Comunista Brasileiro até 1956.
Sua relação com a produção de cinema começou em 1950, depois de um período na França, quando Pereira dos Santos produziu seu primeiro média-metragem, Juventude, mas o negativo acabou se perdendo com o tempo.
Em 1955, terminou a produção de Rio 40 Graus e, com grande influência do neorrealismo italiano, fez o movimento conhecido como "cinema novo" tomar forma no Brasil. Seu segundo longa foi Rio Zona Norte, com a participação do ator Grande Otelo, seguido de diversos outros títulos, como Vidas Secas(1963), Mandacaru Vermelho (1960), Boca de Ouro (1962), El Justiceiro (1966), Como Era Gostoso o Meu Francês (1970), Memórias do Cárcere (1984), até Brasília 18%(2006), sua última obra.