Autor de Veias Abertas da América Latina, o ensaísta tratava de complicações decorrentes de um câncer
Morreu nesta segunda-feira, 13, o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Segundo o site The Huffington Post, o ensaísta de 74 anos estava internado em um hospital em Montevidéu desde a última sexta-feira, 10, onde tratava das complicações de um câncer no pulmão, curado em 2007.
Banidos, proibidos e queimados na fogueira
Nascido em 3 de setembro de 1940, o escritor começou a trabalhar como jornalista, transitando posteriormente pelos mais diversos gêneros literários, como o ensaio, a narrativa, a ficção e a poesia.
Através de As Veias Abertas da América Latina, Galeano contribuiu imensamente para discussões acerca dos desafios sociais e políticos do continente, denunciando o histórico de opressão e sofrimento desses países. A obra foi traduzida para dezenas idiomas. Outro sucesso do autor é a trilogia Memória do Fogo, que recebeu em 1989 o prêmio American Book.
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Em 1973, após o golpe militar no Uruguai, Galeano foi preso, exilando-se na Argentina para livrar-se da condição do cárcere. No território vizinho, chegou a lançar a obra Crisis, entretanto, o golpe liderado pelo general argentino Jorge Videla, em 1976, colocou o escritor entre os perseguidos políticos do regime deste país.
Com o nome citado nas listas do esquadrões da morte de Videla, responsáveis pela execução de opositores políticos, Galeano viu-se obrigado a mudar para Espanha. O ensaísta voltaria ao Uruguai apenas em 1985, durante o processo de redemocratização do país, vivendo em Montevidéu até a morte.
Após o fim das ditaduras latino-americanas, Galeano foi reconhecido como um dos mais importantes escritores do continente, sendo declarado Cidadão Ilustre pelo Comitê de Representantes Permanentes do Mercosul.