A morte do criador e roteirista da Marvel foi confirmada pela sua filha, J.C. Lee
Stan Lee, escritor, editor, publisher e presidente da editora Marvel Comics, um dos criadores do Homem-Aranha e responsável por transformar revistas em quadrinhos de super-heróis em fenômeno, morreu nesta segunda-feira, 12, aos 95 anos.
A revista People confirmou a morte, noticiada então pelo site TMZ.com, e confirmada pela filha dele, J.C. Lee. De acordo com as primeiras informações, Lee foi levado para o hospital por uma ambulância, ainda na manhã de segunda, mas não resistiu.
A causa da morte não foi revelada.
"Meu pai amou todos os seus fãs, ele foi o maior, o homem mais decente", disse J.C. ao TMZ.
Lee teve diversos problemas de saúde nos últimos anos, incluindo uma pneumonia em fevereiro deste ano.
Para alguns, Lee foi um dos maiores criadores da cultura pop - a principal voz por trás dos anos dourados da Marvel e a mente que criou personagen conhecidos por qualquer criança: não só o Cabeça de Teia, mas também Quarteto Fantástico, X-Men, Homem de Ferro, Demolidor, Hulk, Os Vingadores, entre muitos outros.
Para outros, contudo, Lee era alguém com o histórico de tomar para si as glórias de trabalhos de artistas como Jack Kirby, Steve Ditko, Don Heck e Gene Colan.
Ambos estão corretos.
Stanley Martin Lieber nasceu em 28 de dezembro de 1922 em Nova York. Em dezembro, completaria 96 anos de vida.
Curioso pensar que quando nasceu, em Nova York, o mundo não conhecia os super-heróis da forma como conhecemos hoje. E ele tem um papel importante nessa história.
É preciso voltar alguma décadas no tempo. Lee cresceu em um mundo do pós-Primeira Guerra Mundial. E as nações se encaminhavam para um segundo confronto em escala global.
A carreira de Lee nas editoras de HQs começou de forma pouco promissora, como uma espécie de faz-tudo da Timely Comics, que depois viria a ser a Marvel Comics.
Mas quando os editores Joe Simon e Jack Kirby deixaram a empresa, em 1944, Lee foi promovido a editor-interino. Tinha 19 anos.
Em 1961, a Marvel publicava dez quadrinhos por mês (romances, aventuras de faroeste, de guerra, comédias teen e contos de monstros). Todas eram escritas por Lee. Para ganhar tempo, em vez de criar roteiros completos, ele dava aos artistas breves sinposes das histórias que queria contar.
Quando as página estavam prontas, ele voltava para preencher com os diálogos.
O primeiro numero de Quarteto Fantástico, desenhado pelo veterano da indústria Jack Kirby, saiu em novembro de 1961 como um experimento. Era um híbrido de história de monstros com super-heróis, algo que foi popular durante a Segunda Guerra Mundial,mas que acabou fora de moda. Deu certo.
Nove meses depois, a última edição da revista de ficção científica Amazing Fantasy, que tinha Lee e Steve Ditko, introduziu o Homem-Aranha.
As duas criações foram hits e, nos anos seguintes, as séries de heróis criadas e editadas por Lee dominaram os quadrinhos nos Estados Unidos. Assim surgiram Homem de Ferro, Thor e Doutor Estranho.
A próxima revolução dele foi criar um universo próprio para seus personagens. Todos eles viviam no mesmo mundo. Com isso, tramas de um herói poderiam ser resolvidas nas histórias de outro.
Isso, aliás, está por trás do Universo Cinematográfico da Marvel, como conhecemos.
Stan Lee seguiu também para televisão, em que apresentou um reality show de super-heróis reais. Mas sua participações mais divertidas são, sem dúvida, nos filmes com os heróis da Marvel, como um vendedor de cachorro-quente em X-Men, de 2000, ou um senhor que joga xadrez e não acredita que super-heróis estejam em Nova York, no sucesso Os Vingadores.
Assista às aparições de Stan Lee nos cinemas (inclusive nos filmes da Marvel) no player abaixo.