“Sem Tony Allen, não haveria Afrobeat’, disse Fela Kuti sobre o músico da banda Africa 70
Tony Allen, baterista pioneiro que ajudou a fundar o Afrobeat durante o mandato com Fela Kuti, morreu nesta quinta, 30 de abril, em Paris, na França. A morte foi confirmada pelo jornal Sahara, mas as causas ainda não foram divulgadas.
O baterista autodidata nasceu na Nigéria e começou a tocar apenas no final da adolescência, e em pouco tempo se tornou uma referência. Tony Allen revolucionou o modo de tocar o instrumento durante a carreira com a banda Africa 70, do multi-instrumentista Fela Kuti.
Os dois iniciaram a parceria musical quando ambos eram do circuito de jazz da nação africana. Em seguida, Allen atuou como baterista da banda de jazz Koola Lobitos, transformada mais tarde na Africa 70. No grupo, o músico participou de discos famosos, como Gentleman, de 1973, Expensive Shit, de 1975 e Zombie, de 1976 - todos com os grooves inconfundíveis do baterista.
“Sem Tony Allen, não haveria Afrobeat’, disse Fela Kuti uma vez. Para além do trabalho com o Africa 70, o baterista também era conhecido pelas colaborações com Damon Albarn, Paul Simonon e Simon Tong. Os músicos se juntaram em 2006 para tocar no grupo The Good, the Bad & the Queen.
Nos últimos anos, Allen se reconectou às suas raízes do jazz, gravando um EP de homenagem ao seu "herói" Art Blakey e se unindo a Jeff Mills no disco Tomorrow Comes the Harvest, de 2018. No início deste ano, Allen lançou o Rejoice, uma colaboração com o falecido trompetista sul-africano Hugh Masekela.
Em entrevista ao The Guardian, em 2016, Allen falou sobre a profissão: “Alguns bateristas não sabem o que significa tocar suave, não está no livro deles. Sei que posso fazer minha bateria derrubar a casa, se for preciso. Mas eu sei como torná-lo sutil. Você a ouve fluindo como um rio”.
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