Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Morrissey abre um pedaço de sua vida privada em autobiografia

Ex-vocalista do Smiths escreve sobre o seu primeiro relacionamento com um homem

Rolling Stone EUA Publicado em 17/10/2013, às 17h25 - Atualizado às 17h52

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
<b>2009</b>
<br>
Morrissey sai do palco do Coachella dizendo: “O cheiro de animais queimados está me deixando enojado. Eu posso sentir o cheiro de carne queimando... E eu peço a Deus que seja humana”.  - Divulgação
<b>2009</b> <br> Morrissey sai do palco do Coachella dizendo: “O cheiro de animais queimados está me deixando enojado. Eu posso sentir o cheiro de carne queimando... E eu peço a Deus que seja humana”. - Divulgação

Depois de um desentendimento a respeito de conteúdo quase tê-la mantido longe das prateleiras, a biografia de Morrissey saiu nesta quinta-feira, 17, no Reino Unido e Europa, e a rede BBC tem o resumo das partes mais tentadoras e reveladoras, desde o posicionamento de Moz contra tudo e qualquer coisa que integre o sistema legal da indústria musical, até a revelação de que o primeiro relacionamento dele com um homem não aconteceu até seus 30 anos.

Apesar do ex-líder dos Smiths ter mantido silêncio em relação a vida privada, ele foi franco no que diz respeito ao seu relacionamento com Jake Walters, escrevendo: “Pela primeira vez em minha vida, o eterno ‘eu’ virou ‘nós’, quando, finalmente, consegui ficar com alguém”.

Morrissey inclui uma série de outros momentos doces, como as primeiras palavras que Johnny Marr dirigiu a ele depois de conhecê-lo em um show da Patti Smith – “Você tem uma voz engraçada” – e o cantor ainda revela que, inicialmente, não gostava de uma das faixas mais famosas da banda, “There is a Light That Never Goes Out” – uma música que ele sugeriu a Marr que deixassem de fora de The Queen Is Dead. “Estar errado é um alívio, frequentemente”, ele escreve.

Não que a biografia de Morrissey seja só um mar de rosas e reflexões sóbrias sobre o passado. Tem uma série de coisas que Moz não gosta. Por exemplo, ele chama a gravadora dos Smiths, a Rough Trade, de brutalmente insípida e afirma que durante a primeira reunião com o fundador do selo, Geoff Travis os dispensou sem ouvir uma nota sequer. Marr teve que prendê-lo a uma cadeira, Moz relembra, adicionando que Travis “teria sido encontrando vagando” se não fosse pelos Smiths, que “salvaram sua vida e fizeram valer a aposta”.

Morrissey também alfineta o ex-baterista dos Smiths, Mike Joyce, que solicitou 25% de tudo que os Smiths ganhassem durante um processo nos anos 90, assim como John Weeks, o juiz que tomou conta do caso. Moz repreendeu o juiz, que apelidou de "o orgulho da infantilidade", pela sua “compreensão imutável do mundo dos Smiths”, recordando um momento no qual o juiz, erroneamente, declarou que a banda havia se formado em 1992.

Outra anedota peculiar, esta envolvendo o governo britânico, veio depois do lançamento do primeiro álbum solo de Morrissey, Viva Hate, cuja música “Margaret on the Guillotione” rendeu um inquérito especial sobre uma possível ameaça a ex-Primeira Ministra Margaret Thatcher. “Estou sendo interrogado e registrado sob o olhar penetrante da Divisão Especial”, escreve Morrissey.

Morrissey também escreveu sobre sua infância em Manchester, em particular a escola católica que ele frequentou, onde os professores eram crueis e cada dia era um “pesadelo Kafkiano”. Enquanto um professor de educação física, ele escreve, ficava observando os meninos tomando banho, Morrissey relembra vividamente o jeito como outro professor esfregou creme anti-inflamatório no seu pulso depois de uma queda: “Com 14, eu entendia o significado dos toques desnecessariamente lentos e sensuais, com os olhos fixos nos meus”.