INVESTIGAÇÕES

Morte de Liam Payne aconteceu por tentativa de fuga pela sacada, diz juíza

Amigo de Payne e dois funcionários do hotel enfrentam acusações de homicídio culposo por negligência em relação ao estado do cantor

Felipe Grutter (@felipegrutter)

Publicado em 31/12/2024, às 07h30
Liam Payne (Foto: Timothy Hiatt/Getty Images for Nickelodeon)
Liam Payne (Foto: Timothy Hiatt/Getty Images for Nickelodeon)

Conhecido como integrante da boy band britânica One Direction, Liam Payne não “perdeu o equilíbrio” antes de cair da varanda de um hotel. Segundo a juíza Laura Bruniard, o artista tentava escapar do prédio sob efeito de drogas. As informações são da Rolling Stone EUA.

Payne foi encontrado morto aos 31 anos após cair da varanda do terceiro andar do Hotel Casa Sur, situado em Palermo, maior bairro de Buenos Aires que possui a maior área verde da capital argentina, no dia 17 de outubro de 2024. Em uma decisão obtida na segunda-feira pela Rolling Stone, a magistrada compartilhou novas informações sobre o incidente e atualizou as acusações contra cinco pessoas interrogadas no caso.

Bruniard levantou acusações de “homicídio culposo” contra o amigo de Payne, Roger Nores, e tanto a gerente do hotel CasaSur Palermo, Gilda Martin, quanto o chefe da recepção, Esteban Grassi, pelos atos de “imprudência e negligência” que levaram à morte do astro da música. As acusações de Nores foram reduzidas significativamente depois que ele inicialmente enfrentou 5 a 15 anos atrás das grades por “abandono seguido de morte”.

Não acredito que [Nores, Martin e Grassi] planejaram e desejaram a morte de Payne. Não planejaram o resultado, mas criaram um risco legalmente reprovado," escreveu a juíza.

Se forem condenadas, outras duas pessoas – Ezequiel Pereyra e Braian Paiz – podem pegar de quatro a 15 anos de prisão pela suposta venda de cocaína ao cantor, e foram condenadas a prisão preventiva pelo suposto crime.

As acusações de homicídio culposo contra os funcionários do hotel Martin e Grassi vieram após analisar evidências de que “claramente” capturou Payne sendo “arrastado” para o quarto de hotel em 16 de outubro, enquanto ele estava em um suposto “estado vulnerável.” Conforme Laura Bruniard, o alto nível de intoxicação do cantor "criou um risco legalmente reprovado para sua vida." Ele morreu de traumas múltiplos e hemorragia interna após a queda, de acordo com relatório pós-autópsia.

“A consciência de Payne foi alterada e havia uma varanda na sala. O correto era deixá-lo em local seguro e com companhia, até a chegada do médico”, escreveu a juíza na decisão, acrescentando que os dois funcionários do hotel “não agiram maliciosamente”, mas foram “imprudentes” na sua tomada de ações.

Apesar de uma alegação anterior da promotoria de que Liam Payne esmaiou na varanda do hotel e caiu, a juíza declarou que ele – em estado gravemente alterado – estava “tentava sair do quarto pela varanda” antes de cair. “Afirmo que [Payne] tentou sair da varanda do local onde foi deixado porque os peritos forenses constataram que ele não perdeu o equilíbrio. Foi assim que ocorreu a queda.”

Quanto ao amigo de Payne, Laura Bruniard alegou que Nores, que agora enfrenta acusações de homicídio culposo, assumiu a “posição de fiador” da família de Payne e era o principal ponto de contato do músico no hotel. A magistrada escreveu que, com base nos resultados da autópsia, “o estado de vulnerabilidade de Payne era evidente” quando Nores deixou a CasaSur Palermo 50 minutos antes da queda.

Ele deveria ter consultado um médico dado o compromisso assumido com a família do falecido. Ele deveria ter feito isso sem confiar em como os funcionários do hotel poderiam ter lidado [com Liam Payne].

Segundo a investigação, as novas acusações de homicídio culposo seguiram-se a análises de entrevistas e filmagens em torno da morte de Payne, que confirmaram o alto nível de dependência de Payne e a “presença de cocaína e álcool em abundância” no corpo dele no momento da morte.

Duas outras pessoas acusadas de vender drogas a PaynePereyra e Paiz – terão que enfrentar prisão preventiva. Payne pagou supostamente US$ 100 a Pereyra por drogas, segundo a juíza, e mais tarde enviou um carro para sua casa para trazer mais cocaína. Quanto a Paiz, apesar de ele alegar que os dois usavam drogas juntos, mas não era pago para isso, o juiz determinou que Payne “pediu dinheiro na recepção” enquanto Paiz estava na sala.

Em declaração à Rolling Stone, o advogado de Paiz,Fernando Madeo Facente, criticou a acusação e descreveu a decisão do juiz de enviar Paiz para prisão preventiva como “completamente arbitrária e ilegítima”.

Esta resolução nada mais faz do que demonstrar que o que consideramos uma ‘caça às bruxas’ deveria ser realizado neste caso. [Eles] procuram culpados e acusam pessoas inocentes de cometer crimes.

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