As autoridades locais investigam o caso, mas não houve feridos, como foi relatado incialmente
Uma mulher foi presa após ser vista do lado de fora da mansão de Drake, em Toronto, no Canadá. Segundo informações da TMZ reproduzidas pela NME, a polícia prendeu a suspeita antes dela conseguir entrar na casa do rapper.
Uma fonte próxima de Drake relatou que o músico estava em casa durante o incidente e as autoridades de Toronto afirmaram que "responderam uma ligação por volta das seis horas da tarde" da última terça, 30 de março.
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A NME aponta que os primeiros relatos do caso afirmaram que a mulher estava armada com uma faca e tentou atacar um segurança. Contudo, a polícia local confirmou para a TMZ que o incidente não aconteceu.
O caso vai ser investigado pela polícia, que também revelou que a suspeita não chegou a entrar na propriedade de Drake e não houve nenhum ferido durante a prisão dela, segundo o ET Canadá.
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De um lado, a devoção dos fãs de Aubrey Drake Graham. Do outro, o desejo ansioso que o rapper pise em falso para que ele seja “cancelado”. Sem entrar na discussão do certo ou errado, o fato é que Drake está nos holofotes há uma década.
Em dezembro de 2019, o Spotify divulgou a lista dos artistas mais ouvidos daquele ano e dos últimos dez. O canadense ocupa o último posto citado ao colecionar mais de 28 bilhões de streams na plataforma e 50 bilhões nas mundiais. Na Billboard, maior parada norte-americana, Drake teve 38 músicas entre as 10 mais ouvidas (sendo sete ocupando o primeiro lugar) no Hot 100. Sim, são 10 anos seguidos liderando o império de uma indústria massiva e efêmera de lançamentos a cada sexta-feira.
Seja sozinho com "Hotline Bling", "Passionfruit", "God's Plan" e "Nice for What" ou amparado por outros grandes nomes como Rihanna ("What’s My Name", "Take Care" e "Work"), Lil Wayne ("She Will", "I'm the One" e "Love Me") e Kendrick Lamar ("Fuckin Problems"), não houve um ano que o rapper não foi revelante para o mercado. Até em 2014, quando ele não lançou nenhum single ou disco, o canadense foi onipresente na cultura pop.
Como ele conseguiu fazer isso? Drake entendeu como construir a própria força comercial - e a música não perde com isso. Com 14 anos de carreira, o artista encontrou uma brecha entre um R&B soturno, o pop e um rap emocionalmente carregado para fazer com que tudo isso soe “como uma música do Drake”.
Os versos existencialistas e românticos combinados às batidas - que no início do movimento não era possível prever - foram vistos inicialmente com o Kanye West e a recepção não-calorosa do 808s & Heartbreak. Inspirado por essa melancolia, anos depois o rapper incorporou essa faceta. A diferença é que enquanto o Kanye fez um disco para cada mood (o que é incrível), Drake pegou a melancolia e fez disso a própria marca. Para ele, o canto chegou a sobressair as rimas em alguns pontos como em Take Care.
Essa fórmula exata, que incorporou o rap de vários lugares (Nova York, Atlanta, Toronto e Londres), o colocou incessantemente nas rádios, nas playlists para malhar, chorar e, agora no termômetro de hits, o TikTok.
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O último meio de reprodução, inclusive, expôs a atenta relação que o rapper tem com a internet. Com o lançamento de “Toosie Slide”, faixa que integra a nova mixtape Dark Lane Demo Tapes, juntamente a uma coreografia pensada para os 15 segundos do aplicativo, Drake estreou no topo do Hot 100. Com passos simples - e ilustrados por ele no clipe da música - o refrão chiclete “pé direito para cima, pé esquerdo desliza” já movimenta mais de 3 milhões de vídeos na plataforma.
Drake, é claro, não foi o primeiro a ter um hit viralizado no TikTok. O trap country “Old Town Road” de Lil Nas X e o pop cativante de “Say So”, de Doja Cat, por exemplo, ocupam esse posto. No entanto, o rapper foi o primeiro a fazer uma música com a intenção de estar na rede social - o que é muito esperto.
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A relação dele com a "internet viral", porém, não é de hoje. O rapper foi Tiktoker, antes do Tiktok. No lançamento de Scorpion - o segundo disco mais vendido de 2018, porém, o mais criticado da carreira do artista -, a música "In My Feelings" ganhou um desafio com a hashtag #DoTheShiggy no Instagram após o comediante Shiggy ter feito mímicas com os versos da faixa.
O feito, é claro, viralizou na rede social e foi reproduzida por vários artistas, inclusive, o Will Smith. Tempo depois, a música chegou ao topo das paradas da Billboard e Drake aproveitou o pódio para incentivar ainda mais a campanha ao publicar um vídeo participando do desafio. Ao voltar alguns anos atrás, as cenas do clipe de "Hotline Bling", lançado em 2015, também foram uma febre e continuam sendo utilizadas - agora, aperfeiçoadas como stickers no Whatsapp.
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Considerado um “crooner”- um artista que canta vários gêneros musicais ou populares - dessa geração, Drake também sai na frente com as personalidades artísticas que construiu ao longo desses anos em 14 projetos (entre discos, EPs e mixtapes). Dessas facetas, duas são mais evidentes: o rapper brinca com a postura romântica do R&B e a de bad boy do rap.
É possível encontrá-lo cantando com uma energia prepotente como “Meu Deus / Se eu morrer / A única coisa que eu sei / é que sou uma lenda”, em “Legend”, do If You’re Reading This, It’s Too Late (2015), ouvi-lo cantando apaixonado: “Você não quer dançar comigo? / Eu poderia dançar como o Michael Jackson / Eu poderia te dar uma paixão avassaladora” ou ingênuo ao fazer alusão a brincadeira bem-me-quer, mal-me-quer em "Toosie Slide": "Tiro pétalas da rosa / Eu amo ela? / Talvez não”.
Drake aperfeiçoou essas personas e usou isso para buscar outros espaços dentro da indústria: as parcerias. Como já citado acima, o rapper esteve ao lado de grandes nomes, desde os que alcançam o mainstream até os nichos musicais, e isso potencializou o alcance dele. Quando Drake se reúne, por exemplo, com Black Coffee, um produtor de house sul-africano ou Wizkid, cantor nigeriano de pop, ele expande a possibilidade de conseguir um novo público. Ou quando ele se reúne com Justin Bieber, ou o DJ Khaled: a música vai tocar nas rádios e os shows dele sempre estarão lotados.
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O Drake esbanja dessa energia agridoce, é odiado, é amado, é subestimado, é superestimado - basicamente, é o resumo das emoções que estão na internet hoje, veja como faz sentido que ele tenha liderado o topo das paradas. Na crítica da nova mixtape Dark Lane Demo Tapes, Craig Jenkins, da Vulture, enfatizou essa figura do rapper ao compará-lo com os outros artistas: "50 Cent explodiu quando precisávamos nos sentir invencíveis; Kanye West nos alimentou quando tínhamos fome de impulsividade. Toda época recebe o rapper que merece".
Para quem espera o passo em falso do canadense, isso pode soar como algo ruim, afinal, existe a rejeição do fato do Drake, definitivamente, não buscar a figura da perfeição que você pode ver Miss Americana. Muito pelo contrário, ele mostra que é imperfeito e fica bem com isso.