Kurt Cobain leu o livro O Perfume, de Patrick Suskind, cerca de "dez vezes" - e se identificou com a história de um assassino
Recentemente, o Jornal The Daily Express desenterrou uma entrevista de Kurt Cobain ao canal MuchMusic TV, no Canadá, nove meses antes de sua morte, em 5 de abril de 1994.
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Durante uma conversa despojada com Erica Ehm, em meados de 1993, o músico teceu comentários sobre o extenso repertório do Nirvana, explicando, inclusive, que havia lido O Perfume (1985), de Patrick Suskind, cerca de “dez vezes” - e a história inspirou uma de suas músicas.
A obra, que posteriormente inspirou o filme Perfume: A História de um Assassino (2007), com Ben Whishaw, Dustin Hoffman e Alan Rickman, se concentra na vida de um assassino agorafóbico com olfato apurado.
Na entrevista, Cobain explicou a premissa do romance, dizendo que, “ na virada do século, este aprendiz de perfume francês está apenas enojado, basicamente, de todos os seres humanos, mas não pode se afastar deles.”
“Ele segue esta jornada, esta caminhada da morte”, continua. “Ele viaja para áreas rurais, onde há bosques e pequenas aldeias… E só viaja à noite. Sempre que cheira um ser humano, mesmo que distante, ele fica com nojo e se esconde.”
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Cobain brinca que o livro o fez “querer cortar meu nariz” e acrescentou: “Sou hipocondríaco, isso me afeta.”
“Ele só queria ficar longe das pessoas… Eu posso me relacionar com isso”, completou o músico, rindo. Essa recontagem do livro foi, de fato, a confissão de Cobain sobre como ele compôs a música “Scentless Apprentice" (“Aprendiz sem Cheiro”, em tradução livre).
Ele disse à entrevistadora que foi a "primeira e única vez" que ele usou uma história pré-existente para escrever uma música.
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