Pesquisa conduzida na Áustria validou teoria apresentada por Charles Darwin ainda no século 19
Publicado em 19/01/2023, às 18h54
Sabe aquelas histórias de grandes artistas que aprenderam a tocar um instrumento musical com o objetivo de conseguir desencalhar e finalmente namorar? A ciência validou essa ideia: ser músico te torna uma pessoa mais atraente de modo geral. A conclusão foi obtida por pesquisadores austríacos da área de psicologia da música, conforme publicado pelo periódico acadêmico Frontiers in Psychology.
De acordo com o site MusicRadar, o estudo buscou testar a teoria da seleção sexual de Charles Darwin. O naturalista, geólogo e biólogo britânico falecido em 1882 estabelecia que certas características são passadas de geração a geração não por questões de sobrevivência, mas por ajudar a atrair parceiros. Um desses atributos seria a musicalidade, que denotaria aptidão biológica e boa genética, conforme apontado em seu livro A Descendência do Homeme Seleção em Relação ao Sexo.
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Dessa forma, os pesquisadores fizeram o teste com 58 estudantes de psicologia, sendo 23 homens e 35 mulheres, todos heterossexuais. Os participantes foram expostos a inúmeras fotos que mostravam os rostos de membros do sexo oposto enquanto ouviam gravações de piano solo ao mesmo tempo. Eles foram informados de que a música era tocada pela pessoa cujo rosto estavam olhando.
Em seguida, foram convidados a avaliar o quão atraentes eram aquelas pessoas das imagens, bem como a probabilidade de aceitarem ir a um encontro, ter um caso de uma noite ou iniciar um relacionamento de longo prazo com a pessoa em questão.
Os resultados desse teste foram então comparados com um grupo de controle, que avaliou rostos sem qualquer sugestão de que as pessoas retratadas fossem músicos. Ou seja: o mesmo procedimento, mas sem envolver a questão musical.
Tanto homens quanto mulheres classificaram os rostos no primeiro grupo musical como mais desejáveis para um longo namoro. Apenas as participantes do sexo feminino classificaram os rostos de músicos como mais atraentes sexualmente do que o grupo de controle.
Dessa forma, o estudo apresenta a seguinte conclusão:
"A musicalidade [...] pode influenciar a percepção de atratividade de rostos do sexo oposto e desejo de namoro principalmente entre mulheres. Os homens parecem ser menos influenciados pela música ao avaliar rostos femininos. [...] A música faz parte de toda cultura humana. Como psicólogos musicais, tentamos entender melhor como a música afeta nossos sentimentos e pensamentos, bem como nosso comportamento.”
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.