De acordo com a empresa e com a diretora, o objetivo é justamente criticar toda a exposição que crianças sofrem
A Netflix lançou nesta quinta, 10, o polêmico filme Cuties. O longa francês, ganhador de diversos prêmios de cinema, recebeu duras críticas após o serviço de streaming divulgá-lo com um pôster que sexualizava as protagonistas, meninas de 11 anos. A empresa, que mudou a arte depois das reclamações, enfrentou os pedidos de boicote e pediu para as pessoas assistirem ao filme:
“Cuties é uma crítica social contra a sexualização de criancinhas,” disse um representate da Netflix em entrevista à Variety. “É um longa premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens garotas sofrem nas mídias sociais e da sociedade, normalmente enquanto crescem. Encorajaria quem se importa com esses temas a assistir ao filme.”
Junto do filme, para enfrentar a polêmica e defender a produção, a Netflix lançou um vídeo da diretora Maïmouna Doucouré explicando a relevância da produção. Ela criou a história baseada na própria vida - o nascimento no Senegal, o refúgio na França, o contraste de culturas conservadoras e liberais das duas nações, e a vontade de pertencer ao moderno e ser aceita.
Para ela, é importante expôr tudo a que essas garotas são submetidas - e como isso a sexualização acontece, de fato, embaixo do nariz de todos:
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“Conversei com centenas de pré-adolescentes para entender como elas se relacionavam com sua feminilidade hoje em dia. Essas garotas veem que, quanto mais uma mulher é sexualizada nas redes sociais, mais bem vista ela é. E, sim, isso é algo perigoso.”
Então, o objetivo de Decouré no filme era basicamente o oposto da mensagem que o pôster polêmico passou: Amy, protagonista do filme, acha que consegue ter liberdade no grupo de dança. “Mas isso é, realmente, liberdade? Especialmente se você ainda é criança? Não, claro que não.”
Assista ao vídeo com a diretora. Cuties está na Netflix:
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