Vocalista vestiu bandeira brasileira em show do Black Sabbath na Argentina, mas não percebeu o engano; o guitarrista Tony Iommi se sentiu mal e faltou à entrevista
O Black Sabbath está no Brasil, e pela primeira vez com o frontman original do grupo, Ozzy Osbourne. Acompanhado apenas pelo baixista Geezer Butler, Ozzy concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 8, em um hotel da zona sul do Rio de Janeiro. O guitarrista Tony Iommi, que faz tratamento para combater um linfoma, não se sentiu bem e ficou no quarto do hotel acompanhado por um médico. A parada estratégica na capital fluminense antecede o início da turnê pelo país, que começa na quarta-feira, 9, em Porto Alegre, segue para São Paulo (11/10), Rio (13/10) e termina em Belo Horizonte (15/10).
A banda vem divulgar 13, álbum recém-lançado que traz Ozzy de volta aos vocais do Sabbath. Com o tempero fúnebre característico do grupo, 13 não só marca a volta de Ozzy, mas também um retorno à velha forma, com inspiração óbvia no primeiro álbum da banda, de 1970. O último disco de estúdio gravado por Ozzy no Black Sabbath foi Never Say Die! (1978), e segundo o peculiar vocalista, a nova experiência foi marcada pela sobriedade. “Nós usávamos muitas drogas antigamente. Minha melhor experiência no Black Sabbath foi conhecer o LSD. A pior foi experimentá-lo”, brincou.
Butler ressaltou outra mudança significativa na produção de 13: desta vez, a banda gravou ao vivo em estúdio, com todos tocando juntos. “[O produtor] Rick Rubin quis que fizéssemos assim, porque foi dessa forma que gravamos os três primeiros álbuns”, contou Geezer. “Rick é um amigo de longa data de Ozzy, e sempre disse que, se fizéssemos um novo álbum do Black Sabbath, ele queria ser o produtor.”
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Essa não foi a primeira vez que Rubin se reuniu com o Sabbath para produzir um novo álbum. A formação clássica da banda se reuniu para uma turnê em 1997 e tentou trabalhar em material inédito nos anos seguintes, comandada por Rubin. O resultado, no entanto, não agradou, e as canções daquela época foram descartadas.
Desta vez, além dos anos de experiência a mais, há mudanças significativas no grupo. A primeira delas é a ausência do baterista Bill Ward, que não concordou com os valores oferecidos a ele para a turnê de reunião, em um imbróglio burocrático que virou lavação de roupa suja online no fim do ano passado. “Rick já havia trabalhado com Brad [Wilk, baterista do Rage Against The Machine] antes, e a decisão de usá-lo no álbum foi dele. E Tommy [Clufetos, baterista da turnê atual] toca na banda solo de Ozzy, então já tinha uma relação com o nosso material", explicou Butler.
Ao serem questionados sobre o show recente na Argentina, onde Ozzy se enrolou em uma bandeira brasileira, os dois pareceram não ter a menor ideia de terem causado polêmica. “Lembro que jogaram uma bandeira do Peru no palco, e só”, disse Geezer. Ozzy não se importou em ser sincero. “Eu não tenho a menor ideia de onde estou quando faço turnês. Jogaram umas bandeiras no palco e peguei”, afirmou, saindo depois pela tangente: “A música é universal, não existem fronteiras”.
Ambos aparentavam estar bastante animados com os shows no Brasil. Segundo Ozzy, a recepção da banda na turnê pela América Latina tem sido melhor que a esperada. "Tocamos no Chile e na Argentina e foi inacreditável. E esta é a primeira vez no Brasil com esta formação, então não há porque ser diferente aqui", celebrou Ozzy.
Por fim, Ozzy e Geezer foram questionados sobre o que poderia ser o futuro da música pesada nos próximos quarenta anos, tempo aproximado da carreira da banda até hoje. Para Ozzy, o fato de 13 ter chegado ao primeiro lugar em 51 países acaba com o mito de que o rock morreu. “Há anos as pessoas dizem que a música pesada vai morrer, ou está morta, mas estamos aqui hoje.” Geezer adotou uma resposta mais condizente com o repertório da banda. “Quarenta anos atrás vivíamos o estilo de vida sexo, drogas e rock and roll. Hoje, tomamos xícaras de chá. Estaremos mortos em 40 anos, então...”. Mas Ozzy, fanfarrão, fez questão de justificar a lenda de "imortal" que o persegue há décadas: “Você vai estar morto. Eu não”.
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Próximos passos e Bill Ward
Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil após a coletiva, Ozzy garantiu que 13 não é o ponto final de sua carreira. “Se o Black Sabbath não puder fazer um novo álbum, vou seguir fazendo música sozinho. Não vou parar após 13, vou continuar a fazer música enquanto eu aguentar, enquanto as pessoas quiserem me ouvir, enquanto a música continuar boa”, afirmou o chamado “príncipe das trevas”. “Mas estou feliz por ter reencontrado Tony e Geezer. A única parte triste é que não deu certo com [o baterista] Bill Ward. Mas não podíamos mais deixar as pessoas esperando.”
Os desentendimentos com Ward fizeram barulho antes do lançamento de 13, mas, como Ozzy esclareceu, não chegaram a ameaçar a reunião do Sabbath. Embora o cantor já tenha dito em uma entrevista anterior que o fato de o baterista estar acima do peso e já ter tido dois ataques cardíacos comprometia sua performance como músico, agora ele preferiu seguir um discurso mais polido. Ozzy não fala com o ex-companheiro de banda desde que 13 saiu, mas evita criar polêmica. “Não sei o que aconteceu. Todos nós ainda o amamos e o respeitamos muito, mas não podíamos deixar as pessoas esperando novamente. Acho que é a terceira vez que tentamos fazer um álbum.”
Black Sabbath no Brasil (show de abertura: Megadeth)
Porto Alegre/ RS
Quarta-feira, 9 de outubro de 2013, às 20h
Estacionamento da FIERGS - Av. Assis Brasil, 8787 - Bairro Sarandi
Ingressos esgotados
Pista lote 1 – R$ 180 (inteira), R$ 144 (estudante) e R$ 90 (idoso)
Pista lote 2 - R$ 200 (inteira), R$ 160 (estudante) e R$ 100 (idoso)
Pista lote 3 - R$ 220 (inteira), R$ 176 (estudante) e R$ 110 (idoso)
Pista premium - R$ 500 (inteira), R$ 400 (estudante) e R$ 250 (idoso)
São Paulo/ SP
Sexta-feira, dia 11 de outubro de 2013, às 19h
Campo de Marte - Av. Santos Dumont, 2.241 – Santana
Ingressos esgotados
Pista: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia)
Pista Premium: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia)
Rio de Janeiro/ RJ
Domingo, dia 13 de outubro de 2013, às 18h
Praça da Apoteose - Passarela do Samba Prof. Darcy Ribeiro – Sambódromo
Pista/arquibancada: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia)
Pontos de venda:
- internet: www.ticketsforfun.com.br
- call center: 4003-5588 (válido para todo o país), das 09h às 21h - segunda a sábado.
- bilheteria oficial: Citibank Hall (Av. Ayrton Senna, 3000 - Shopping Via Parque - Barra da Tijuca): diariamente, das 12h às 20h.
- Pontos de vendas no link: http://premier.ticketsforfun.com.br/shows/show.aspx?sh=pdv
Belo Horizonte
Terça, 15 de outubro
Esplanada do Mineirão – Av. Antônio Abrahão Caram, 1001 – Pampulha
Pista Premium: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia)
Pista: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia)
Bilheteria oficial - sem taxa de conveniência: Chevrolet Hall - Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 - São Pedro. Segunda a domingo: de 12h às 20h. Excepcionalmente, no dia 19 de agosto a bilheteria funcionará das 10h às 18h.
- Pontos de venda no link (com taxa de conveniência): www.premier.ticketsforfun.com.br/shows/show.aspx?sh=pdv
- Por telefone, entrega em domicílio (taxas de conveniência e de entrega): 4003-5588 (válido para todo o país), das 09h às 21h - segunda a sábado.
- Pela Internet: www.ticketsforfun.com.br (entrega em domicílio - taxas de conveniência e de entrega).
* Os ingressos comprados pelo telefone e pela internet estarão disponíveis para retirada na bilheteria do Chevrolet Hall a partir de 1º de setembro. A postagem/entrega dos ingressos será iniciada em 9 de setembro.
Formas de pagamento: Dinheiro; cartões de crédito MasterCard, American Express, Visa e Diners; cartões de débito Visa Electron e MasterCard débito.