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A noite do classic rock

Novamente no Brasil, o Deep Purple tocou para casa cheia em São Paulo

Paulo Cavalcanti Publicado em 11/10/2011, às 14h21 - Atualizado às 14h55

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Deep Purple - Foto: Thais Azevedo
Deep Purple - Foto: Thais Azevedo

O grupo vem com tanta regularidade ao Brasil que já virou folclore. Mas, mesmo com um certo ar de previsibilidade, o Deep Purple é sempre bem-vindo por aqui. A nova turnê, que já passou por Belém, Fortaleza e Campinas, está sendo um grande sucesso. Em São Paulo, na Via Funchal, na noite da última segunda, 10, o quinteto britânico conseguiu juntar mais de cinco mil pessoas.

Mas, antes do Purple subir ao palco, o público conferiu a abertura com a banda República, que atacou com muito gás covers como “Ace of Spades” (Motörhead) e “Rock and Roll” (Led Zeppelin), além de mostrar algumas canções autorais.

Precisamente às 22h, o Deep Purple surgiu ao som de “Highway Star”, grande clássico do álbum Machine Head (1972). Ian Gillan (vocal), Roger Glover (baixo), Don Airey (teclado), Steve Morse (guitarra) e Ian Paice (bateria) seguiram com “Hard Lovin’ Man” e “Maybe I’m a Leo”. A clássica “Strange Kind of Woman” levantou o público e depois a banda emendou “Rapture of The Deep”, música-título do mais recente CD do grupo.

O Deep Purple não perdeu o pique e veio com “Mary Long” e “Contact Lost”, canção do álbum Bananas, que tem como destaque o solo de Steve Morse. Outro grande momento aconteceu com “When a Blind Man Cries”. “Lazy”, com sua cadência de blues, mostrou Gillan muito à vontade. O cantor, naturalmente, não tem mais a voz dos tempos áureos da banda. Há um bom tempo ele não consegue mais emitir os agudos que foram sua marca registrada nos anos 70 e 80. Pelo menos o sempre simpático Gillan, que agora tem 66 anos, prefere não esconder a idade e não adota a postura de “Deus do Rock”. E como as canções foram adaptadas aos seus novos timbres vocais, nada soa vergonhoso ou fora de propósito.

O cantor, porém, não é o único astro festejado do Purple. Muita gente vai aos shows da banda para conferir a técnica e velocidade do guitarrista Steve Morse e ele sempre tem momentos para brilhar. O tecladista Don Airey, que em 2002 substituiu Jon Lord, também ganhou o spotlight. Depois do solo de Airey, a banda se agrupou para a parte final da apresentação, que teve “Perfect Strangers” e “Space Truckin’ ”. Morse, então, se posicionou e começou a fazer citações a diversos riffs clássicos do rock. Foi a deixa para ele emendar com “Smoke on The Water”. A essa altura, a voz de Gillan já começava a fraquejar, mas os fãs compensaram cantando entusiasticamente a letra desse grande clássico do álbum Machine Head.

Depois de um breve intervalo, a banda voltou com “Hush”, o primeiro hit do grupo, de quando o Deep Purple tinha um conceito musical e uma formação totalmente diferentes. E o encerramento ficou, como sempre, com “Black Night”, cujo riff de guitarra acaba sendo encoberto pelo coro do público, que entoa “ôooooooooooooo”. O Deep Purple toca na noite desta terça, 11, em Belo Horizonte (no Chevrolet Hall) e depois segue para Florianópolis (dia 12, no Stage Music Hall).