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Noite dos Tambores Silenciosos homenageia ancestrais africanos do Recife

Instrumentos tradicionais, orações e apagar das luzes fizeram parte da cerimônia da última segunda, 20

Bruno Raphael, de Recife Publicado em 21/02/2012, às 20h41 - Atualizado às 20h48

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Noite dos Tambores Silenciosos - Divulgação/Clélio Thomaz
Noite dos Tambores Silenciosos - Divulgação/Clélio Thomaz

O Polo Afro do Carnaval de Recife ficou marcado na última segunda, 20, pelo acontecimento da Noite dos Tambores Silenciosos, uma celebração tradicional que homenageia os ancestrais africanos de Pernambuco com a benção de Yansã, senhora dos ventos e das tempestades, e Ogum, senhor dos metais. 20 nações de maracatu, cada qual representando um bloco, participaram da cerimônia trazendo música tradicional, fantasias inspiradas e cânticos regionais a partir das 20h.

À meia-noite, as luzes de todo o local se apagaram, restando apenas duas tochas acesas no palco principal e um tom de suspense pelas ruas do Pátio do Terço. Então, o pai-de-santo Raminho de Oxossi entoou orações em iorubá - língua falada ao norte do continente africano - clamando pela paz no Carnaval de Recife, emocionando muitos dos presentes. Ao final, pombas brancas foram libertadas de uma caixa e sobrevoaram o local, reiniciando o desfile dos maracatus.

Além de alfaias, tambores e baterias, o abê - chocalho que se assemelha a uma cabaça, porém seu som é emitido pelo colidir de uma malha de contas que reveste seu corpo - é um dos instrumentos que mais se vê nas mãos dos blocos de maracatu. O som contagiou as ruas e as fantasias coloriram o início de madrugada no Recife, realçando ainda mais o tom multicultural da festa pernambucana.

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