"Ao enterro, através de convite formal, comparecer todos que foram aos meus lançamentos de livro: nada mais parecido com um velorio do que isso", brincou o músico
Zé Rodrix, compositor e multi-instrumentista carioca morto nesta sexta, 22, obviamente não previu a morte. Mas, em troca de e-mails com amigos, em 2004, ele já forjara um espirituoso obituário, no qual começa falando que, "há alguns anos, gostaria de ter a causa-mortis preferida de meu pai: assassinado aos 98 anos de idade com um tiro dado por um marido ciumento que o tivesse pego em pleno ato".
E o músico não queria saber de cemitério. "Pode sepultar-me em pleno mar, sob a forma de cinzas, ja que não poderei ser sepultado in totum no jardim da minha casa. Se conseguirem isso, no entanto, que não cobrem entradas para visitação, à moda do irmão da princesa: deixem que, além das pessoas, os passarinhos e os animais da casa se refestelem no lugar, renovando diariamente o eterno ciclo da Natureza."
Na falsa carta-despedida, brincou, ainda, que "ao enterro devem, através de convite formal, comparecer todos que foram aos meus lançamentos de livro: nada mais parecido com um velorio do que isso".
Por questão de horas, seu "plano" deu errado. Segundo Zé Rodrix, o dia era morrer num sábado à tarde. "Ser enterrado num domingo, antes do almoço, e estar completamente esquecido na manhã de Segunda, sem atrapalhar a vida profissional de ninguem: eis a perfeição que desejo na minha morte."
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