Diretor Sam Mendes diz que segundo filme de Christopher Nolan mudou as regras do cinema
Acostumado a filmes de dramas reais, o diretor Sam Mendes disse em entrevista ao site The Playlist, nesta quinta, 18, que a obra de Christopher Nolan na trilogia de Batman mudou o modo como os filmes blockbuster são feitos e vistos. E isso foi importante para conseguir contar a história de 007 – Operação Skyfall, novo filme do espião James Bond dirigido por ele.
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“O que Nolan provou foi que você pode fazer um filme enorme, que é emocionante e divertido, tem muito a dizer sobre o mundo em que vivemos, mesmo que, no caso de Batman – O Cavaleiro das Trevas, não seja sequer o nosso mundo”, disse Mendes, vencedor do Oscar de melhor diretor por Beleza Americana (1999). “Era um filme sobre o nosso mundo pós-11 de setembro, que jogou e discutiu com os nossos medos.”
E, assim como o filme que dirigiu em 1999, Mendes assina outros trabalhos de drama pessoal, como Estrada para Perdição (2002) e Soldado Anônimo (2005). “Ajudou a me dar confiança para encontrar um direcionamento que, sem Batman – O Cavaleiro das Trevas, eu talvez não achasse possível. Porque as pessoas podem assistir e pensar ‘esse filme é sombrio’, mas é possível apontar para o filme e dizer ‘olhe isso, esse é um filme sombrio e rendeu zilhões de dólares’. Isso ajuda bastante”, declarou. “É possível fazer um filme sombrio e que as pessoas vão assistir.”
Para Mendes, a indústria do cinema acaba sendo erroneamente categorizada por duas fatias: os filmes reflexivos e baratos e os blockbusters. Até por isso, o diretor teve dúvidas sobre embarcar, ou não, no projeto do 23º filme de James Bond, apesar de ser um fã da série. Foi o próprio protagonista, Daniel Craig, quem convenceu Mendes. “Quando Craig me convidou, eu me vi dizendo sim muito rápido”, confessou o cineasta.