Apesar de retratar uma história fictícia, a forma como a série foi desenvolvida pode inspirar novos modelos de narrativa
O Gambito da Rainha é um dos maiores lançamentos do ano da Netflix, quer dizer, da história, afinal, a produção é a minissérie roteirizada mais vista da plataforma de streaming. E além de fazer sucesso, o seriado também traz algumas lições para as cinebiografias de Hollywood, segundo o site Screen Rant.
De acordo com a análise de Cory Stillman, O Gambito da Rainha explora uma história fictícia que se torna extremamente envolvente ao contar com partidas e jogadas reais; retratar os dilemas de mulher que quer ganhar destaque no mundo dos esportes; e mostrar a evolução do xadrez ao longo dos anos.
+++LEIA MAIS: Ama romance? Conheça Virgin River, série viciante escondida no catálogo da Netflix
Ao contrário da série The Crown ou do filme Bohemian Rhapsody, por exemplo, que partem de fatos reais, mas perdem um pouco da veracidade ao alterar a ordem de acontecimentos e incorporar elementos de uma narrativa cinematográfica.
Claro, O Gambito da Rainharetrata uma história inédita e os espectadores não sabem qual vai ser o final dela, como acontece com a trajetória de Elizabeth II e Freddie Mercury. Mas não é exatamente isso que garante o sucesso da série.
Por não estar presa em fatos reais, O Gambito da Rainha teve muito mais liberdade para construir a narrativa, mas, mesmo assim, gerou dúvidas em vários espectadores, que acreditaram que Beth Harmon realmente poderia ter existido.
A série não traz explicações tediosas sobre o esporte e, em diversos momentos, não faz questão do espectador entender o que está acontecendo no tabuleiro. Isso porque a produção foca em trazer a essência do universo do xadrez e não se prende em um progressão tradicional de acontecimentos.
+++ LEIA MAIS: 6 filmes de terror 'diferentões' (e super bizarros) para assistir na Netflix [LISTA]
Como Stillman aponta, O Gambito da Rainha não conseguiria ser tão interessante sem os fatos reais que aborda, mas não deixa a ficção de lado. Muitas cinebiografias erram ao tentar esconder o fato de que, no final das contas, elas são fictícias.
Por fim, o escritor menciona o longa-metragem Não Estou Lá, de Todd Haynes, que ao invés de tentar seguir uma narrativa tradicional, segue um estilo parecido com a produção da Netflix e utiliza seis atores para interpretar Bob Dylan e capturar a essência do músico.
+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes
+++ TICO SANTA CRUZ: 'A GENTE QUERIA PROVOCAR OS CONSERVADORES' | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL