O Rappa supera conflitos e se prepara para lançar o primeiro disco em 5 anos

Falcão fala sobre o single “Anjos (Nunca Tem Fim)” e conta como o grupo deixou para traz um período sombrio para voltar a fazer música

Bruna Veloso

Publicado em 14/05/2013, às 18h48 - Atualizado em 15/05/2013, às 00h24
O Rappa - Jefferson Bernardes / Preview.com
O Rappa - Jefferson Bernardes / Preview.com

Foram cinco anos sem músicas inéditas até esta terça, 14, quando O Rappa lançou “Anjos (Nunca Tem Fim)”, o primeiro single de um disco que chegará no dia 12 de agosto. Nos anos que sucederam o último álbum, 7 Vezes (2008), os integrantes permaneceram em um longo e cansativo período em turnê, tiraram férias, investiram em projetos paralelos – e passaram por muitas turbulências, que por pouco não comprometeram o futuro do grupo.

Falcão, vocalista d’O Rappa, conta que essa música sintetiza, para eles, um momento de superação. “[O primeiro single] tinha que ser alguma coisa que emocionasse a gente, e que tivesse a ver com o momento que estávamos vivendo. Um momento de acreditar realmente que as coisas podem mudar”, explica Falcão à Rolling Stone Brasil.

Apesar de refletir esse retrato atual, a faixa foi composta há cerca de três anos por Falcão, na casa dele. “Ela veio pronta, de coisas que aconteceram na minha vida nesses últimos quatro ou cinco anos. Amigos meus que tiveram doenças, câncer. Mas nunca foi levando nada disso para a tristeza, é sempre com um sorriso na cara e uma força gigante para batalhar.” O refrão, que tem o verso “Pra quem tem fé/ A vida nunca tem fim” chega a remeter a outro acontecimento que abalou Falcão recentemente – a morte de Chorão, amigo e vocalista do Charlie Brown Jr. “Ele faz parte das pessoas que, para mim, nunca irão morrer”, afirma ele, que teve ajuda do produtor Tom Saboia para finalizar a letra.

Segundo o vocalista, os fãs d’O Rappa podem esperar um disco no qual, assim como nos outros cinco trabalhos de estúdio do quarteto, “há de tudo um pouco e você continua não sabendo se O Rappa é rock, se é reggae, se é isso, se é aquilo”. Serão entre 10 ou 12 músicas na tracklist – eles estudam a possibilidade de dar duas delas de presente aos fãs, mas ainda não decidiram como. Haverá também duas participações especiais brasileiras (uma mulher e um homem, que ele ainda não pode revelar) e outras internacionais.

São canções que brotaram de um conflito, e que agora surgem para reafirmar a unidade d’O Rappa como banda. “Anjos (Nunca Tem Fim)” é uma das faixas que nasceram exatamente no turbilhão de um período sombrio na trajetória do grupo. “Pessoas, empresários se meteram no meio da gente. Chegamos a um momento que até a banda...”, diz Falcão, fazendo uma rara pausa durante o bate-papo. “Precisava ter uma conversa com o [guitarrista] Xandão, eu já estava quase numa vibe de fazer uma carreira solo. A gente estava tretado, mas era só uma questão de conversa.”

“Algumas bandas sobem no palco fingindo. Eu não conseguiria subir no palco não falando com o Xandão. Eu nem queria que a banda voltasse – eu queria que a gente voltasse a ser amigo”, enfatiza o vocalista.

Falcão vive o momento de se focar completamente n’O Rappa, mas os planos de uma carreira paralela à banda continuam. “Meu disco solo é uma experimentação de tantas outras que podem vir, ou pode ser uma coisa só. Pode até demorar para sair, mas eu tenho ele comigo”, revela, querendo, no entando, deixar claro que sua banda principal está em primeiro lugar. “Tudo que eu conquistei foi por causa do Rappa, e o melhor do Rappa é o que a gente ainda tem para mostrar.”

Ouça "Anjos (Nunca Tem Fim)" abaixo: