Mais conhecido por seu trabalho atuando, dirigindo, produzindo e escrevendo a obra-prima Cidadão Kane, Welles é considerado por muitos críticos como um dos maiores gênios da sétima arte
Há 25 anos, no dia 10 de outubro de 1985, o mundo da sétima arte perdeu um de seus grandes nomes, Orson Welles. Conhecido especialmente por seu trabalho em Cidadão Kane, considerado até hoje por muitos críticos como o melhor filme já feito, Welles fez diversos outros trabalhos importantes, inclusive fora das telonas.
Seu primeiro grande sucesso foi no rádio, quando dirigiu e narrou, em 1938, uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. A transmissão ficou famosa no mundo todo porque teria causado pânico entre os ouvintes: foi dito na época que ao escutar a narração de uma invasão alienígena, muita gente achou que estivesse ouvindo uma notícia, não uma obra de ficção. No fim, o episódio serviu para dar fama internacional a Welles.
No início dos anos 40, o cineasta começou sua duradoura e conturbada relação com o estúdio RKO - uma das cinco grandes empresas produtoras de cinema da época - ao atuar, dirigir, produzir e escrever Cidadão Kane (1941). Ele protagonizou a obra, encarnando o milionário Charles Foster Kane, um magnata da imprensa que vive seus últimos dias em reclusão e, ao morrer, pronuncia uma última e misteriosa palavra: "Rosebud". A partir daí, um jornalista tenta descobrir mais sobre a vida de Kane e, em especial, o significado de sua "declaração final". Ele entrevista diversas pessoas que conviveram com ele e o filme vai desenrolando em flashbacks - a não-linearidade era uma característica marcante no cinema de Orson Welles.
Após Cidadão Kane, ele ainda realizou diversos longas tidos pela crítica como obras-primas, como Soberba (1942), A Marca da Maldade (1958) e o documentário Vérités et Mensonges (1973).
Alguns dos outros créditos de Welles incluem uma aclamada carreira no teatro, interpretando e dirigindo textos de William Shakespeare, trabalhos na televisão e até mesmo como mágico. Ele também foi importante para o mundo do cinema por seus esforços para garantir liberdade artística e não ceder aos estúdios e suas pressões durante a chamada Era de Ouro de Hollywood, período entre o fim dos anos 20 e a segunda metade dos anos 50.