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Os 6 anos de Freddie Mercury em Munique: Festas de arromba, lesão no joelho e disco sem Queen

Peter Freestone, assistente pessoal do lendário cantor, relembra do tempo em que passaram na capital de Bavária

Redação Publicado em 04/12/2019, às 12h00

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Freddie Mercury (Foto: Associated Press)
Freddie Mercury (Foto: Associated Press)

Os melhores momentos da vida de Freddie Mercury foram em Munique. Lá, ele gravou o amado álbum solo, Mr Bad Guy, fez a festa de aniversário de 39 anos e relaxava com os amigos meses após o triunfo do Queen Live Aid

A primeira vez que Mercury chegou à cidade foi com o Queen no final dos anos 1970, e voltou a morar lá nos anos 1980. Peter Freestone, conhecida como "Phoebe", foi assistente pessoal de Mercury de 1979 até a morte do cantor, em 1991, e ela guarda lembranças do tempo em que passou na capital de Bavária. 

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"Acho que em Munique passava uma sensação de liberdade que Freddie Mercury não chegou a ter em Londres", revelou Freestone ao uDiscover

"Freddie sentiu que lá era capaz de fazer o que queria. Podia ir para onde quisesse e fazer o que quisesse sem ser tão público". 

Freestone também explicou a razão pela qual ele ficou em Munique por tanto tempo. Na época, Mercury estava reformando a casa em Londres, a Garden Lodge. Ela havia a comprado em 1980 e levou cinco anos para ficar satisfeito com o projeto.

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"Ele recebia relatos de como estava indo a restauração e ficou feliz com isso."

Além de ter feito um sucesso estrondoso com o Queen, Mercury sempre foi conhecido pelo visual caraterístico e pela irreverência do figurino. Em Munique, o cantor ia às cervejarias cidade ao lado do engenheiro de som, Reinhold Mack, mas gostava especialmente do Carnaval da cidade. 

"Para todos era chance de vestir uma fantasia, mas, para Freddie, ele usava suas roupas 'normais' - e as calças de couro e todo esse tipo de coisa acabaram sendo uma fantasia."

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A cidade inteira ficava acordada durante o final de semana, e Mercury aproveitava esses momentos. Segundo ela, o músico sempre terminava indo ao Mercado Velho, que sempre estava lotado. "As pessoas ainda estavam se divertindo comendo a ótima comida de rua depois de terem ficado acordadas a noite toda". 

No entanto, Mercury não era tão fã da culinária local. "Ele era uma dessas pessoas que comia para viver, em vez de viver para comer". Além disso, "a comida bávara tem muita carne de porco e pato assado, e essa mistura era pesada para ele". 

Nessa época, Mercury sempre esteve na companhia de amigos quando saía e andava. Mas em 1984, ele sofreu um acidente durante uma noite fora e rompeu o ligamento dos joelhos e ficou com um gesso do tornozelo até a coxa. Um tempo depois, ainda sem usar muletas, Mercury foi com Freestone ver Elton John se apresentar no Olympiahalle. 

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"Elton e Freddie eram muito amigos, mas eles nunca podiam se reunir com tanta frequência por causa de seus horários de turnê", conta a assistente. Mas na época, Mercury estava gravando o Mr Bad Guy quando John estava tocando em Munique, então ficou combinado que eles iriam ao show. "Nos deram lugares bem perto do palco"

O apelido de John para Mercury era "Melena". Durante o show, John disse no show: "Essa música é para Melena", e depois lançar uma versão energética de "I’m Still Standing", Mercury sussurou no ouvido dela e brincou dizendo que ia "matá-lo". 

Freestone relembra de muitos momentos icônicos que viveu ao lado de Mercury durante a morada em Munique. Um desses, é claro, foi a festa de aniversário dele. 

A festa aconteceu em um cabaré de Munique, no dia 5 de setembro em 1985. O momento foi filmado e alguns trechos foram incluídos no vídeo do single solo de Mercury, "Living On My Own", de 1985. "Foi uma festa louca", conta a assistente. 

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"Não conheci ninguém lá que estivesse sóbrio. Freddie tinha 39 anos e estava quase dizendo: "Ainda sou jovem o suficiente para fazer isso". 

Embora esse excesso tenha sido assunto por um bom tempo, a imagem desse "intenso prazer" não reflete a verdade sobre Mercury. Ele sempre foi o oposto do que você espera de um astro de rock completamente louco. Na verdade, "um dos amores da vida de Freddie era a a Garden Lodge, a casa de Londres. Ele adorava móveis antigos e artigos de arte. Freddie aprecia a beleza". 

Com todas as festas e passeios que Mercury gostava de ir em Munique, Freestone enfatizou que lá havia muitas distrações. "O álbum solo, Mr Bad Guy, levou quase dois anos para terminar e foi uma das sessões de gravação mais longas que eu já vi", relembra.

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"Com o Queen, Freddie estaria no estúdio e tocando piano, trabalhando no material. Em Munique, ele tinha muitos amigos na cidade, então chegávamos ao estúdio e às quatro horas recebíamos um telefonema de um amigo dizendo: 'Oh, Freddie, estou entediado, vamos fazer alguma coisa."

Segundo ela, com o Queen havia a responsabilidade de outras pessoas para fazer o trabalho. Mas em Munique era apenas um, então poderia fazer tudo que ele quisesse. "No final, Freddie ficou muito feliz com o resultado final". 

Essas memórias, obviamente, mexem com Freestone. "Freddie tinha um senso de humor inglês incrivelmente seco e não gostava de ficar sentado ouvindo alguém falando por cinco minutos para criar uma frase de efeito de dez segundos. Esse não era o tipo de humor dele". 

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"Ele adorava rir e fazia algo engraçado praticamente em qualquer situação", relembra. 

"Em entrevistas, ele usava o lábio superior para cobrir os dentes. E se, de fato, risse, usava a mão para cobrir a boca. Mas quando ele estava em casa, não precisava se preocupar com os dentes. Apenas jogava a cabeça para trás e ria muito".

"Sempre que alguém me diz o nome Freddie Mercury, é isso que eu lembro. Freddie rindo em casa", relembra. "Eu fui incrivelmente sortuda".

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