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De Nirvana a Public Enemy: os shows mais revolucionários na história do festival Reading & Leeds

Entenda o impacto cultural e as transformações ao longo dos anos de um dos eventos de música mais antigos do mundo

Redação Publicado em 04/08/2019, às 15h00

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Kurt Cobain em 1991 (Foto:Kevin Estrada/MediaPunch/IPX)
Kurt Cobain em 1991 (Foto:Kevin Estrada/MediaPunch/IPX)

Os festivais de Reading e Leeds, no Reino Unido, nasceram em 1961 - a princípio, como palcos para o rock progressivo, o blues e o hard rock.

E, de fato, nas décadas de 1970 e 1980, eram as bandas britânicas de rock e metal que reinavam de forma imponente.

Enquanto isso, em 1990, os Estados Unidos dominaram o evento com grandes de suas exportações (tais como o Nirvana e o Smashing Pumpinks), que o transformaram no mainstream que ele é hoje.

A explosão indie dos anos 2000 se espalhou rapidamente, e, na última década, o foco passou para o hip-hop e a dance music.

Mas como fomos de Whitesnake para Kendrick Lamar? Os oito shows mais revolucionários na história do Reading & Leeds nos contam:

Public Enemy

Quando: 1992

Enquanto a imprensa britânica se envolvia no escândalo do príncipe Andre e sua esposa,  Sarah Ferguson, em agosto de 1992, o vocalista Chuck D implorou à multidão que esquecesse isso, e “pensasse em falta de moradia, AIDS e injustiça racial” durante o show.

Como isso mudou o festival?

Eles foram o primeiro grupo de hip-hop a tocar como headliner no festival. Desde então, os maiores nomes da cena foram bem recebidos, como Kendrick Lamar, Eminem e Travis Scott nestes últimos anos.

Nirvana

Quando: 1992

Certamente, a manchete mais comentada do Reading & Leeds: Kurt Cobain brincou com os rumores de que a sua saúde estava precária, subindo no palco com cadeira de rodas e roupas de hospital. Um breve momento de pânico passou a ser euforia absoluta quando ele cantou músicas inovadoras de Nevermind.

Como isso mudou o festival?

Eles definiram o ponto de referência para todas as apresentações que vieram depois. Além disso, estabeleceu o elo entre Dave Grohl e o festival, resultando em quatro participações do Foo Fighters como atração principal.

Björk

Quando: 1995

Um ano depois de se apresentar no Glastonbury, a islandesa tornou-se a primeira mulher a protagonizar o Reading and Leeds, oferecendo uma performance sublime e complexa para um público familiarizado com homens e duas guitarras.

Como isso mudou o festival?

Björk provou que a música eletrônica e popular, mesmo que experimental ou mainstream, poderia prosperar. Ela permanece, no entanto, uma das poucas mulheres a liderar o line-up dos grandes festivais.

Metallica

Quando: 1997

Um show bastante despojado. Sem pirotecnia; apenas os maiores ícones do metal a divulgar o álbum Load, de 1996, que inclui sucessos como "One" e "Enter Sandman".

Como isso mudou o festival?

Muitos artistas britânicos de metal estrelaram o festival, principalmente nos anos 1970 e 1980, mas o Metallica foi o primeiro estrangeiro a conseguir tamanho destaque. Desde então, eles tocaram mais três vezes, em 2003, 2008 e 2015, embora o estilo musical tenha entrado e saído de moda por diversas vezes.

Eminem

Quando: 2001

Há 18 anos, Eminem subiu no palco com uma motosserra, em sua fase imperial, tocando as músicas que levantaram o hip-hop no final dos anos 1990.

Como isso mudou o festival?

O primeiro rapper solo do Reading and Leeds foi um homem branco - e isso diz muito sobre a história do hip-hop no Reino Unido. Durante muito tempo, o festival era voltado para o rock, até que, em 2001, Eminem apareceu e pavimentou o caminho para que outros gêneros musicais também tivessem voz.

The White Stripes

Quando: 2004

Jack e Meg White agitaram o público com o então recém-lançado Elephant, e ainda mergulharam em covers certeiros de grandes artistas como Dolly Parton, Burt Bacharach e Yeah Yeah Yeahs.

Como isso mudou o festival?

Eles foram um dos primeiros headliners a triunfar a partir da explosão indie do início dos anos 2000. Posteriormente, Arctic Monkeys e Franz Ferdinand também se beneficiariam dessa status.

Pulp e The Strokes

Quando: 2011

O Pulp reunido, em sua melhor forma, dividiu o palco com os Strokes, dez anos depois do sucesso de Is This It. Realmente, as bandas não poderiam ser mais diferentes em sua abordagem - Jarvis Cocker é um showman impecável, e Julian Casablancas se apresenta como quem não se importa com a opinião de ninguém.

Como isso mudou o festival?

Apresentações em conjunto têm sido bastante comuns no festival desde então. Enquanto o Glastonbury, por exemplo, oferece ao público uma arena de 360 graus, o Reading and Leeds sempre ofereceu um line-up destruidor. E a qualidade vem aumentando ao longo dos anos.

Kendrick Lamar

Quando: 2018

Finalizando a turnê DAMN com a sua forte especialidade em controlar multidões, uma das vozes culturais mais dominantes da década mostrou ao mundo que tem fortes opiniões.

Como isso mudou o festival?

Lamar foi o primeiro novo artista de hip-hop a liderar o festival em quase 20 anos, com Eminem superando a conta três vezes nesse período. Com Travis Scott dando um show em 2018, e agora Post Malone como co-headliner em 2019, sabemos que um período tão inativo não será repetido novamente.

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