Mesmo curados da Covid-19, diversos pacientes enfrentam as sequelas prolongadas da doença e precisam de tratamento adequado
1,4 milhões de brasileiros precisam lidar com a Síndrome pós-Covid, segundo médicos e cientistas. A condição consiste na manifestação de sintomas diversos por mais de três meses da fase aguda da doença - e ameaça acabar com disponibilidade de ambulatórios e profissionais no Brasil. As informações são do O Globo.
Mesmo após serem curadas da Covid-19, diversas pessoas sofrem com as sequelas das doenças. Depressão, infarto, perda de faladar e olfato, fadiga, perda de memória e dores são apenas algumas das condições. Quando prolongadas por mais de três meses, consistem na síndrome pós-Covid.
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Para tratar os sintomas prolongados, que nos casos mais graves podem incapacitar e ocasionar a morte pacientes, é preciso de ambulatórios e profissionais disponíveis. Contudo, os hospitais podem não dar conta do número de pessoas que sofrem com a síndrome.
Em entrevista ao O Globo, o pneumologista Carlos Alberto Barros Franco explicou: "É uma crise dentro da crise sanitária. E uma sobrecarga para um sistema de saúde já colapsado (...) A síndrome já configura por si só uma tragédia. Existe uma multidão de brasileiros doentes com sequelas da Covid-19. Alguns com sintomas até mais graves do que os da própria doença. E eles precisam de tratamento num momento em que toda a rede de saúde já está no limite."
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um em cada dez infectados desenvolve a síndrome pós-Covid. Por isso, no Brasil, os cálculos são de 1,4 milhões de pessoas que sofrem com as sequelas prolongadas - e problemas graves cardiovasculares são recorrentes.
Devido à gravidade das sequelas, que muitas vezes impedem as pessoas de trabalharem e ocasionam na piora da situação econômica, a necessidade de exames aumenta. O especialista Barros Franco explicou ao o Globo que muitos pacientes curados da Covid-19 precisam fazer consultas para detectar complicações:
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“Não tenho dúvida de que nos próximos dois anos a síndrome pós-Covid será o principal motivo de consulta em várias especialidades,” disse.
O tema foi debatido em 08 de abril pela Academia Nacional de Medicina, que analisou a necessidade de internação para muitos pacientes curados da Covid-19, mas que sofrem com sequelas. Dessa forma, segundo profissionais, há a necessidade de criação de uma "unidade pós-Covid".
Durante o debate, o pneumologista Carlos Alberto Barros Franco argumentou: "Essa é uma preocupação de países europeus e norte-americanos, que vêm se preparando para essa segunda fase, a da síndrome pós-covid ou covid longa. Isso terá consequências da maior gravidade no Brasil. Haverá pessoas que não vão poder voltar a trabalhar normalmente. Então é fundamental que o Brasil se prepare."
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