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20 anos sem Freddie Mercury

Saiba como foram os últimos dias do ícone do Queen, morto em 24 de novembro de 1991

Paulo Cavalcanti Publicado em 24/11/2011, às 07h37 - Atualizado às 12h43

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Freddie Mercury em 1985, em show em Sydney, na Austrália - AP
Freddie Mercury em 1985, em show em Sydney, na Austrália - AP

Os últimos meses de Freddie Mercury foram discretos e reservados, algo muito diferente da época em que ele era conhecido como uma das mais hedonistas e festeiras personalidades do mundo do rock. No dia 24 de novembro de 1991, quando Freddie morreu, há exatos 20 anos, o mundo ficou chocado. Era a primeira grande figura do mundo do rock que sucumbia vítima da Aids.

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Por muito tempo Freddie foi uma pessoa solitária. Também vivia para o sexo casual. Na segunda metade dos anos 80, ele foi morar em Nova York e entrou no clima da cidade, levando uma vida decadente e promíscua. Segundo relatos, ele teria contraído Aids em 1987. Com o passar dos anos, a doença progrediu. Freddie foi perdendo as forças e o Queen parou de excursionar. O resto da banda foi informado pelo cantor sobre sua doença e manteve o silêncio.

A aparência cada vez mais frágil e o isolamento de Mercury despertavam fortes rumores na imprensa. Freddie começou a passar mais tempo em sua mansão Garden Lodge em Kensington (Inglaterra), ao lado de amigos e do amante Jim Hutton, que também trabalhava no local como jardineiro e faz-tudo. Mesmo longe dos palcos, o cantor ainda gravava com o Queen. Os últimos discos da banda davam pistas sobre sua condição física. "The Show Must Go On", do álbum Innuendo (fevereiro de 1991), apesar de ser uma música escrita em sua maior parte por Brian May, já dava o recado de que as coisas tinham que seguir em frente. Em junho de 1991, Freddie gravou juntou com os seus companheiros cenas para serem incluídas no clipe da música “These Are the Days of Our Lives". Foi a última vez que ele trabalhou ao lado seus companheiros. Depois disso, Freddie raramente saía de casa. Quando não era levado na surdina ao hospital, visitava galerias de artes. O mundo das artes se tornou o passatempo de Freddie em seus derradeiros meses. A última vez que ele saiu de casa foi em setembro de 1991, para visitar um leilão.

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A condição de Mercury piorava – ele não conseguia comer nada sólido e perdia visão e a mobilidade. O cantor, então, decidiu interromper o tratamento, mesmo contra a vontade dos médicos. Só tomava algumas doses de morfina para aliviar a profunda dor. Ficava trancado em seu quarto deitado, tendo como companhia apenas os seus gatos. No dia 22 de novembro, Freddie chamou Jim Beach, o empresário do Queen. Depois de horas com o cantor, Beach saiu com a versão final do testamento de Freddie. No dia seguinte, 23, Freddie, que por anos negava a doença, finalmente admitiu que tinha o vírus em uma declaração pública que dizia: “Devido às enormes indagações da imprensa nas últimas duas semanas, eu gostaria de confirmar que eu fiz o teste de HIV e o resultado foi positivo. Eu achei correto manter privadas essas informações para respeitar aqueles próximos a mim. Mas agora eu acho que é hora do meus fãs e amigos nos quatro cantos do mundo saberem a verdade, e eu espero que todo mundo se una a mim, meus doutores, a todos no mundo inteiro na luta contra esta terrível doença. Minha privacidade sempre foi muito especial para mim e eu sempre fui notório em não dar entrevistas. Por favor, compreendam que esta política vai continuar.” A admissão de Freddie Mercury foi manchete no mundo inteiro, mas não seria nada comparado ao que viria depois.

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O dia 24 começou cedo na mansão de Freddie. Às cinco e meia da manhã, os empregados se alvoroçaram e chamaram o médico do cantor. Freddie estava com muita febre e inconsciente. O doutor agiu rápido com os medicamentos. Freddie recobrou a consciência. Mary Austin, ex-amante de Freddie no começo dos anos 70 e que tinha se tornado sua grande amiga e confidente, chegou para ficar um tempo ao lado dele. Dave Clark, antigo líder da banda Dave Clark Five e outro grande amigo do cantor, também foi visitá-lo. Durante a tarde, Jim Hutton e o fiel empregado Peter Freestone faziam a vigília ao lado do cantor, segurando a sua mão. Jim e Peter notaram que o artista já não respirava mais. Tentaram reanimá-lo, mas foi em vão. Quando o médico de Freddie retornou, não havia mais nada a ser feito. Freddie Mercury tinha morrido às 18h45, aos 46 anos de idade, vítima de broncopneumonia causada pela Aids.

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A notícia correu o mundo na manhã do dia 25. O corpo do cantor foi retirado rapidamente da mansão para ser cremado três dias depois. A cerimônia não tinha a ver com o ídolo do rock Freddie Mercury, mas sim com o cidadão Farrokh Bulsara, nascido em Zanzibar e criado segundo os preceitos do zoroastrismo. A cerimônia fúnebre contou com pouca gente – somente seus amigos e colaboradores mais próximos, os outros membros do Queen, o amigo Elton John e a sempre presente Mary Austin. As cinzas de Freddie foram confiadas a Mary. Ela herdou a maior parte da fortuna do cantor e também ficou com Garden Lodge.

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