Mesmo que as decisões sejam tomadas em Ontario, os prêmios ainda são manufaturados em Chicago
A cerimônia do Oscar deste ano, realizada no dia 24 de fevereiro, trará uma mudança profunda na tradição da premiação, embora seja imperceptível. Isso porque a fábrica que há 30 anos manufatura as estatuetas entregadas para escolhidos pela Academia mudou de dono e, desde dezembro, é controlada por uma empresa canadense.
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Mesmo comprada pela St. Regis Crystal, de Ontário, a R.S. Owens não mudou de lugar. "Nós adquirimos a empresa por seu talento e estrutura que eles possuem em Chicago", explicou Jeff Firkser, vice-presidente da St. Regis, ao National Post.
O mercado de estatuetas tem sido duro para a R.S. Owens. A empresa, atualmente, produz material para o Emmy e para o Hall da Fama do Rock and Roll, mas recentemente perdeu outras grandes premiações, como o Academia de Country Music, o VMA (da MTV norte-americana) e o Clio Awards, que é dedicado à publicitários.
Scott Siegel, presidente da R.S., que se juntou ao negócio da família quando a empresa ganhou a concorrência para produzir as estatuetas do Oscar, em 1982, credita essa perda de mercado à impossibilidade de se brigar contra os baixos preços pedidos por empresas chinesas. "Muitas estatuetas que fazíamos agora são feitas na China", disse. "Eu posso dar o nome de alguns, mas agradeço Oscar e ao Emmy e vários prêmios corporativos."
Como são feitas de forma bastante artesanal, as estatuetas demoram a ficar prontas. Em um mês, por exemplo, a empresa consegue fazer 50 peças. Ao todo, é necessário um ano inteiro de preparação para o Oscar - o lote que será entregue em 24 de fevereiro foi despachado apenas em janeiro.