“Não acreditamos que exista um melhor país, melhor gênero, melhor religião ou melhor cor. Queremos que esse prêmio sirva como um símbolo de união”, diz o texto
Os cineastas por trás dos cinco longas indicados na categoria Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017, que acontece neste domingo, 26, se uniram para divulgar um manifesto conjunto e "expressar nossa unânime e enfática reprovação do clima de fanatismo e nacionalismo que vemos atualmente nos Estados Unidos”.
"O medo gerado nessa divisão de gêneros, raças, religiões e sexualidade como forma de justificar a violência destrói as coisas das quais todos dependemos – não apenas como artistas, mas como humanos: a diversidade de culturas, a oportunidade de se enriquecer diante de algo aparentemente ‘estrangeiro’ e a crença de que encontros entre pessoas podem nos tornar melhores”, diz o texto.
"Esses muros divisores impedem as pessoas de experimentar algo simples, mas fundamental: descobrir que no fundo não somos tão diferentes.”
O comunicado veio depois que Asghar Farhadi (foto), o diretor iraniano do indicado ao Oscar O Apartamento, declarou que não iria à cerimônia por causa da polêmica medida de Donald Trump de querer banir pessoas vindas de países com maioria muçulmana.
Farhadi, Maren Ade (do alemão Toni Erdmann), Martin Zandvliet (do dinamarquês Terra de Minas), Hannes Holm (do sueco Um Homem Chamado Ove) e Martin Butler e Bentley Dean (do australiano Tanna) assinaram a carta.
"Independente de quem ganhar o Oscar no domingo, nos recusamos a pensar em termos de fronteiras. Não acreditamos que exista um melhor país, melhor gênero, melhor religião ou melhor cor. Queremos que esse prêmio sirva como um símbolo de união entre as nações e liberdade artística”, diz parte do comunicado.