A segunda música nova de Dylan em três semanas é uma balada delicada com letras maliciosas
"I Contain Multitudes" é a segunda música surpresa de Bob Dylan em três semanas, isso torna cada vez mais possívelque o vencedor do Prêmio Nobel tenha um novo disco a caminho - que seria o primeiro com músicas originais desde o Tempest, de 2012.
A nova canção faz referência a Walt Whitman, poeta, ensaísta e jornalista estadunidense, e é muito mais curta e menos ambiciosa do que o último lançamento de "Murder Most Foul", em março. "I Contain Multitudes" é uma balada delicada com um arranjo mínimo (acordes de harpa, violoncelo, guitarra havaiana) e uma melodia do Tin Pan Alley, à la "Beyond the Horizon", de 2006.
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Já as letras, enquanto isso, estão cheias de malícia, jogos de palavras e ousadia. "Eu pinto paisagens/pinto nus", canta Dylan, com uma piscadela que quase pode ser ouvida. "Eu contenho multidões. Eu sou um homem de contradições/sou um homem de muitos humores", ele canta.
Ele faz referências para David Bowie (rimando "todos os jovens" com a frase-título), Edgar Allan Poe ("Tenho um coração revelador/Como o Sr. Poe/Tenho esqueletos na parede/De pessoas que você conhece"), poeta irlendês Anthony Raftery, ("The Lass From Bally-na-Lee"), William Blake, entre outros. Algumas vezes, ele concentra-se em puro choque: "Eu sou como Anne Frank/e Indiana Jones/e com os bad boys britânicos dos Rolling Stones", canta.
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"Murder Most Foul", lançada em março, é uma música de 17 minutos que vai do assassinato de John F. Kennedy até um olhar caleidoscópico na América do século XX. O álbum mais recente de Dylan foi Triplicate (2017), o mais novo de uma série de LPs focados em fazer covers de canções da fase pré-rock.
Ouça a música abaixo.
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