Jagger e Richards "fugiram" para o país andino em 1968 para se livrar da mídia e da polícia. Escritores dizem que fizeram o livro pra provar que a sabatina não é lenda
No fim da década de 60, Mick Jagger e Keith Richards decidiram tirar um ano sabático - queriam ficar longe da mídia e da polícia - e deixaram a Inglaterra rumo à América do Sul. O tempo que passaram no Peru acaba de virar livro publicado na Espanha.
Além de falar da passagem dos roqueiros pelo país andino em 1968, "Los Rolling Stones en Perú" cita, ainda, a viagem de Jagger ao país para participar do filme Fitzcarraldo, do alemão Werner Herzog, em 1981.
Feito em parceria pelo escritor Sergio Galarza e pelo locutor Cucho Peñaloza, ambos peruanos, o livro descreve a visita ilustre por meio de testemunhos e lendas contados por pessoas que acompanharam os Stones. Os escritores trabalharam por dois anos na pesquisa e declararam que fizeram o livro porque muita gente não acredita que os roqueiros estiveram no país.
Jagger e Richards vieram à América com as respectivas namoradas, a cantora Marianne Faithfull e a estilista Anita Pallenberg. Antes de ir para os Andes, os quatro visitaram o Brasil - de onde Marianne voltou à Europa.
Galarza declarou à imprensa que acredita que os Stones nem sabiam onde estavam, que a idéia era viajar para um lugar onde não fossem conhecidos e não sofressem assédio. Na época, eles estavam ainda mais em evidência por causa das brigas com o então guitarrista Brian Jones, que colecionava passagens pela polícia por porte e tráfico de drogas.
Porém, a escapada teve seus momentos de escândalo. Reza a lenda que o trio foi expulso de alguns hotéis luxuosos e que causou furor ao tomar banho de mar seminu.
Do ponto de vista artístico, a sabatina deu em "Honky Tonk Women", última canção gravada com Brian Jones. Logo após a temporada peruana, os Stones gravaram o disco Let it Bleed (1969).