Ex-beatle compara os rumores à lenda de que ele teria morrido nos anos 60: "'Não, não estou' foi tudo o que pude dizer"
"Não estou me aposentando." Com essa sentença, proferida em entrevista ao jornal Boston Herald, Sir Paul McCartney põe fim aos rumores de que sua próxima turnê será a última da carreira.
A informação, largamente propagada, era de que o ex-beatle passaria por 100 cidades, em megaturnê mundial - e depois daria adeus aos palcos. O plano seria priorizar lugares exóticos, como a Praça da Paz Celestial (onde ocorreram os protestos de 1989, em Pequim) e o Checkpoint Charlie, posto militar em Berlim durante a Guerra Fria, localizado na divisa entre Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Perguntando se a rodada de apresentações seria, de fato, a saideira de sua carreira, McCartney reagiu com bom humor. "Estava pensando nesta manhã que, há cinco anos, rolou o mesmo rumor. Tudo o que posso dizer é que não estou me aposentando."
"É como, 'Paul está morto'. 'Não, não estou' foi tudo o que pude dizer", comenta, em referência aos boatos sobre sua morte, lenda ainda perscrutada por muitos adeptos da teoria da conspiração - após ser vítima de acidente fatal, em 1966,ele teria sido substituído por um sósia.
Segundo o músico britânico, confusões sobre a futura turnê começaram quando ele usou, em certa entrevista, a palavra "aposentadoria". "Em uma frase, numa matéria e apenas para dizer: 'Sem chance, José'", explicou, valendo-se de uma expressão típica na língua inglesa ("no way, Jose") para negar algo veementemente. "Mas alguns devem ter lido apenas parte dessa sentença."
Se ele se incomoda com o disse-que-disse constante em torno de sua figura? "Enquanto as pessoas quiserem vir e me ouvir, eu provavelmente vou estar fazendo isto. É tão fácil começar um rumor."
Aproveitou a deixa para lançar o desafio: "Quer começar um agora mesmo? Que tal: 'Stevie Wonder está se mudando para o Alasca?'".
McCartney no Brasil
Por falar no assunto, outra forte boataria diz respeito a três shows que Sir McCartney faria no Brasil, em abril.
As apresentações aconteceriam em abril, no Rio de Janeiro (Maracanã), São Paulo (Estádio do Morumbi) e Brasília (Esplanada dos Ministérios). O problema é que, até agora, elas só foram confirmadas pelo Song Kick. O site britânico funciona nos moldes do Wikipedia, ou seja, está aberto a alterações feitas por usuários - logo, não é fonte das mais confiáveis.
O que se sabe até agora: Lauro Jardim, colunista da revista Veja, noticiou em junho que Luiz Oscar Niemeyer, responsável por trazer o ex-beatle ao país em 1990, estaria tentando repetir o feito para o ano que vem.
Na semana passada, o vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, proclamou seu empenho em conseguir Paul McCartney para participar das comemorações de 50 anos da capital do país. A Esplanada dos Ministérios, por sua vez, se enquadraria no objetivo de tocar em "lugares incomuns", como a Praça da Paz Celestial.
No começo do mês, Paulo Terron, editor da Rolling Stone Brasil, deu sua colaboração para acabar com a onda de boatos. De um bate-papo com Brian Ray, guitarrista na banda do ex-beatle, veio a informação de que, ao menos do lado de lá, o Brasil ainda não é pauta. "Não temos conhecimento sobre essas notícias [dos shows de abril] até agora", disse.
Por ora, McCartney faz shows soltos nos Estados Unidos - nestas quarta, 5, e quinta, 6, se apresentará em Boston, com participação do MGMT ("bom, apenas acontece de eu gostar deles", explicou a afeição ao duo indie) e show de abertura do Thievery Corporation. Já no mês que vem, ele deve se sentar e planejar a turnê mundial.