Relações públicas da famosa gravadora norte-americana foi o primeiro funcionário da empresa
Morreu nesta segunda-feira, 5, em Ohio, nos Estados Unidos, o primeiro funcionário da história da lendária gravadora de música negra Motown, Al Abrams. Ele tinha 74 anos e enfrentava uma batalha contra o câncer.
Jimmy Ruffin, astro da gravadora Motown, morre aos 78 anos.
Contratado pelo dono da marca, Berry Gordy Jr., Abrams chegou à empresa em 1959, antes mesmo da criação da mesma. Ele chegou para ser uma espécie de relações públicas da gravadora, guiando futuramente as carreiras de Stevie Wonder, The Supremes, The Miracles e Marvin Gaye.
"Seu maior feito na Motown realmente foi começar com 18 anos de idade", disse a esposa Nancy Abrams. "Ele trabalhou como um sócio de Berry Gordy. Naqueles primeiros dias, quando a música estava sendo categorizada – R&B ou pop, negro ou branco —, Al foi o único que derrubou um monte de barreiras", completou a cantora Martha Reeves.
Em 1965, Abrams espalhou o boato de que Bob Dylan havia definido Smokey Robinson (contratado da Motown) como "O maior poeta vivo dos Estados Unidos". Mais tarde, o marqueteiro admitiu que ele mesmo tinha criado a frase junto com o famoso jornalista musical Al Aronowitz, que morreu em agosto passado.
O próprio Abrams afirmava que seu maior feito na carreira foi colocar o The Supremes na capa da TV Magazine, em 1965, no ápice do movimento pelos direitos civis dos cidadãos negros nos EUA. "Isso realmente abriu as portas para todos os outros lugares: 'Ei, podemos colocar gente negra em uma revista que vai estar na sala das pessoas brancas por uma semana e eles não vão cancelar as assinaturas", comentou ele em 2011, à Free Press.
O pioneiro deixou a Motown em 1967 e formou a própria empresa de relações públicas, que teve como cliente, entre outros, James Brown. Abrams também atuou como jornalista e autor, coescrevendo o musical Memories of Motown.