Cantora sempre gostou de conferir o trabalho das bandas ao vivo, mas precisou ajustar tal hábito quando começou a ficar popular
Publicado em 03/04/2023, às 18h30
Não são poucos os relatos de pessoas famosas que precisaram mudar completamente seus hábitos assim que ficaram famosas. Não foi diferente com Pitty, cantora que estourou no início dos anos 2000.
Em entrevista ao G1, a artista revelou ter adaptado um ato tão simples para muitas pessoas: assistir a um show. Ela faz questão de conferir algumas apresentações específicas, mas com o devido cuidado, já que não gosta de provocar confusão.
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O assunto foi abordado enquanto ela refletia sobre a época em que lançou seu álbum de estreia, Admirável Chip Novo (2003), e viu sua fama crescer progressivamente. Ao definir o sentimento como uma mistura entre “prazer e medo”, ela destacou que lidar com um grande grupo de pessoas fora dos palcos era algo “problemático” de início.
“Vou usar o exemplo do Porão (do Rock, festival): eu estava acostumada a terminar o meu show e ir lá para frente curtir, ver outras bandas. De repente, em algum momento, isso se tornou não tão fácil como era antes. Mas aí você se adapta. Procurei nunca deixar de ter a experiência de ser plateia. Eu procurava desmistificar essa onda de estar no palco, tirar o culto à persona da frente. É uma lição do hardcore: trazer a igualdade, de quebrar essa questão da idolatria.”
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Perguntada diretamente sobre como faz se quer assistir a um show atualmente, como artista consolidada, Pitty disse que “depende” do caso. Porém, busca sempre manter a discrição.
“Não gosto de incomodar, criar confusão; gosto de ficar na minha. Quando não estou no palco, não faço questão de ser vista. Óbvio que gosto que as pessoas conheçam o meu trabalho. Quando alguém vem trocar ideia sobre como a música dialoga com a vida daquela pessoa, fico honrada. Mas o meu ego não passa por isso de querer ser vista. Pelo contrário: no dia a dia, eu gosto muito mais de ser voyeur, porque esse lugar de observadora me dá muito material para escrever.”
Há situações onde não dá para abrir mão de um show. No caso de Pitty, era irrevogável que ela pudesse assistir a uma apresentação do Black Sabbath no Brasil. Então, ela tentou gerenciar a situação da melhor forma possível.
“Quando quero muito ir a um show, eu vou. Às vezes, eu peço: ‘tem um cantinho que eu possa ficar que eu não atrapalho, alguma área que seja mais tranquila?’. Aí beleza. Se não tiver, eu vou também. Não perdi o show do Black Sabbath por nada nessa minha vida! Fui lá, às vezes eu falava para a galera: ‘Ai gente, tá bom foto? Mas pô, vamos ver o show agora?’.”
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.