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Pixies fala sobre Indie Cindy e como foi gravar sem Kim Deal

Black Francis, Joey Santiago e David Lovering discutem o novo álbum e as primeiras sessões de estúdio

Steve Appleford Publicado em 27/04/2014, às 13h25 - Atualizado às 15h45

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Galeria - Lollapalooza 2014 - Pixies - MILA MALUHY/T4F
Galeria - Lollapalooza 2014 - Pixies - MILA MALUHY/T4F

O Pixies está ativo em turnê desde a reunião, em 2004, tocando músicas dos primeiros quatro discos da banda, que serviram de influência para grupos como o Nirvana e o Radiohead. Ano passado, a baixista e vocalista Kim Deal deixou o grupo para se concentrar em sua outra banda, o Breeders, mas o Pixies seguiu em frente, e no dia 19 de abril lançarou Indie Cindy, o primeiro disco em 23 anos.

“Ser uma banda que simplesmente entra e sai do palco é nossa marca", diz guitarrista do Pixies.

O vocalista e guitarrista Black Francis, o baterista David Lovering e o guitarrista Joey Santiago conversaram com a Rolling Stone EUA sobre ser uma banda com músicas inéditas novamente.

Ter músicas novas faz muita diferença para a banda?

Black Francis: Pessoalmente, sim. O álbum está saindo agora, então não sei o que isso significa na coisa como um todo, mas certamente nos sentimos bem fazendo algo diferente em vez de fazer “Monkey Gone To Heaven” novamente.

Ter um novo disco coloca o Pixies em uma situação diferente agora?

Joey Santiago: Somos uma banda agora. Bandas fazem turnês e fazem música. E havia um barulho nas redes sociais dizendo que eles queriam um novo disco. Tivemos que tirar um tempo para isso. Havia algo para provar? Só queríamos fazer nossa música. Continuamos criativos.

Fãs normalmente querem músicas, mesmo que eles as odeiem quando elas ficam prontas, não é verdade?

Francis: Não acho que nós analisamos isso muito. Não lançamos uma música nova nos últimos 10 anos porque, basicamente, não tínhamos um acordo para ir ao estúdio, mesmo tendo havido algumas tentativas de fazer isso acontecer. Não conseguíamos realmente entrar em concordância até uns dois anos atrás. Sim, queremos fazer sucesso, não queremos ser criticados, não queremos ter uma crítica dando uma de 10 estrelas ou qualquer coisa do tipo [risos]. Não queremos nada disso, mas nós estamos perfeitamente dispostos a aceitar isso tudo. No fim das contas, o que importa é que só queremos fazer música. É uma banda de rock. Vivemos na realidade a maior parte do tempo, até que tomemos alguns drinques. Somos bem experientes.

Fomos ao Brasil e encontramos um dos nossos velhos roadies, o George, o cara que " sabe todos os acordes”. Estávamos passeando pelo saguão e ele disse, “Caras, é tão bacana ver vocês na estrada”, e ele estava tipo, “Vocês fizeram um disco e agora estão de volta – podem agora tocar essas músicas durante cinco anos”. Aquele foi o conselho dele. Em certo ponto, eu percebi que ele estava certo.

Veja como foi o show do Pixies no Lollapalooza Brasil 2014.

É mais difícil compor agora do que era antes de terminarem?

Francis: Demorou um tempo para descobrir como funcionaríamos. Ajudou o fato de que a banda estava esperando por algo ansiosamente. Não posso simplesmente dar a eles a primeira música que vem à minha mente. Trouxemos [o produtor] Gil Norton e ele foi bem importante nesse papel de dizer: “Isso sim, aquilo não”.

Terminar o disco serviu para encorajar vocês?

Francis: Tivemos todo esse problema quando a Kim [Deal] saiu quando o disco estava na metade, então foi um desafio interessante. Não acho que vamos querer esse tipo de desafio da próxima vez que entrarmos em estúdio.