O cinema, TV e literatura apresentam várias distopias que privam as pessoas de direitos básicos ou até as faz lutar pela sobrevivência
A ficção científica é o terreno propício para a criação de mundos novos e extraordinários. A partir da extrapolação de conceitos já existentes na nossa sociedade, o gênero já mostrou várias realidades imaginárias onde a opressão é extrema as pessoas vivem com medo.
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Seja no cinema, TV ou literatura, a distopia, uma condição sociedade que submete o indivíduo a privação física ou intelectual, é tema cada vez mais recorrente e usa de várias metáforas e comparações para falar do nosso próprio mundo.
Listamos abaixo algumas das piores distopias para se viver e como por vezes o nosso mundo não é tão diferente assim.
Blade Runner: O Caçador de Andróides (1982) é um dos maiores exemplos do subgênero Cyberpunk. Esse movimento da cultura pop trata do conflito entre homem X máquina, com o cenário sendo uma sociedade futurista marcada pelo controle das corporações sobre o governo e cidadãos.
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Em Blade Runner, as corporações não só dominaram o governo como o próprio corpo do trabalhador. A tecnologia para criar humanos artificiais, chamados de replicantes, com memórias falsas e até tempo de vida limitado para servir apenas ao trabalho, são uma ótima analogia a escravidão que persiste no mundo até hoje e a luta por direitos trabalhistas.
Homem e máquina acabam se misturando no personagem de RoyBatty (Rutger Hauer), um replicante soldado que se rebela, desesperado para conseguir mais tempo de vida. Além de disso ele é caçado pelo detetive Deckard (Harrison Ford) que, apesar de humano, é tão fantoche do sistema quanto os replicantes.
Já a franquia Mad Max é o cartão postal do Dieselpunk. Esse tipo de mundo gira em torno da privação de energia elétrica devido a algum evento catastrófico (como uma guerra nuclear, no caso de Mad Max) ou um desenvolvimento tecnológico alternativo da sociedade. As pessoas dependem de soluções analógicas e veículos movidos a gasolina.
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Max é um justiceiro que vaga pela terra desolada com uma viatura policial. Em meio a chefes tribais que escravizam quem é incapaz de se defender e pessoas que enlouqueceram no apocalipse, o protagonista luta por água, combustível e a própria sanidade. É com certeza uma das vidas mais difíceis da ficção
Esse clássico escrito por George Orwell é uma ficção política. WinstonSmith é um funcionário do Partido Externo de um governo ultra totalitário que controla todos os aspectos da vida do povo. Desde reescrever os livros de história até prender quem sequer pensa contrariar o Partido.
1984 também apresentou a figura do Grande Irmão, popularizada por reality shows, símbolo máximo da falta de privacidade, individualidade e liberdade de pensamento.
Esse filme dirigido em 2006 por Alfonso Cuarón levanta uma intrigante hipótese: e se, misteriosamente, a humanidade perdesse a capacidade de ter filhos? Como a sociedade seria afetado com a certeza de que a espécie não será mais perpetuada?
Com o sci-fi como plano de fundo, Filhos da Esperança (2006) conta uma história emocionante sobre medo e como ele afeta a índole humana.
O neo-clássico do sci-fi também conta o conflito entre homem e máquina, mas as máquinas já venceram. Escravizar a humanidade em uma realidade simulada é desesperador para aqueles que descobrem a verdade.
Apesar das espetaculares cenas de ação, os heróis de Matrix(1999) não tem uma vida fácil. Fora do mundo virtual, Neo e a tripulação da Nabucodonosor lutam uma batalha quase perdida contra as máquinas e as pessoas que não desejam ser libertadas do sistema por incapacidade de aceitar a nova realidade.
Esse terror sci-fi recente da Netflix imagina um sistema de recondicionamento verticalizado para as pessoas. Há centenas de andares no Poço, cada um abriga duas pessoas e o buraco no centro serve de passagem para uma plataforma com comida que, em tese, deveria ser dividida igualmente entre todos.
É claro que os residentes do nível superior do Poço comem em abundância, enquanto quem vive abaixo briga pelas migalhas ou enlouquece e morre de fome. É uma metáfora visceral para as tensões de classes, além de explorar como as necessidades moldam uma pessoa.
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