John Lennon voltou da Índia, em 1968, com outra mentalidade, mas os outros membros da banda não concordavam com a nova proposta
Se você procurar um posicionamento dos Beatles nos primeiros anos da banda, dificilmente o encontrará. Mas, depois de voltar de uma viagem para a Índia, em 1968, John Lennon tentou mudar isso.
Ao se reunir no estúdio, o quarteto de Liverpool tocou a nova música de Lennon, "Revolution", na qual ele "queria expressar o que pensava sobre a revolução."
“Eu pensei que era hora de conversarmos sobre isso, de pararmos de nos isentar sobre a Guerra do Vietnã", ele ele disse à Rolling Stone EUA em 1971.
Quando o gerente dos Beatles, Brian Epstein, se afastou das atividades da banda, Lennon se convenceu de que era o momento perfeito para o Fab Four fazer uma declaração. Contudo, Paul McCartney e George Harrison pensavam diferente sobre como mergulhar em questões políticas.
A princípio, John Lennon não precisava numerar a música "Revolution", pois só existia uma. Mas McCartney e Harrison deixaram claro que não queriam a faixa no Lado A do próximo disco deles, The Beatles, pois não era comercial (para eles, era muito lenta).
"George e Paul ficaram ressentidos e disseram que não era rápida o suficiente", disse Lennon em 1980.
John Lennon não se importava com o sucesso da música. "Se você entrar em detalhes sobre o que é um hit, ela não se enquadra", ele explicou. "Mas os Beatles podiam se dar ao luxo de lançar uma versão lenta e compreensível de 'Revolution' como single."
Determinado a transmitir sua mensagem, Lennon aumentou os amplificadores e criou uma versão distorcida e pesada de "Revolution", a que bem conhecemos. No entanto, a banda manteve a primeira versão, chamando-a de "Revolution 1".
Embora os Beatles quisessem esconder "Revolution" no Lado B, isso não funcionou. E o Fab Four sentiu uma espécie de reação.
É claro que, com "Hey Jude" dominando as paradas em agosto de 1968, os Beatles não chegaram a ser "cancelados".
Ouça "Revolution 1" abaixo:
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