Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foi assassinado a tiros na madrugada desta quarta, 7, em meio à crise política, humanitária e sanitária no país
Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foi assassinado na madrugada desta quarta, 7 de julho. Segundo comunicado oficial do primeiro-ministro interino, Claude Joseph, o chefe de Estado foi morto a tiros por um grupo de homens armados que invadiram a residência oficial.
Conforme noticiado pelo O Globo, o comunicado explica que a esposa de Moïse, Martine, também foi baleada e está sob cuidados médicos. Claude Joseph caracterizou o ato como “odioso, desumano e bárbaro”, e revelou que parte dos agressores falavam espanhol, indicando que não seriam haitianos.
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"Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República (...) ferindo mortalmente o chefe de Estado", explica a nota.
O assassinato ocorre em meio a um cenário crítico no Haiti, que sofre com a polarização, crise humanitária, escassez de alimentos, aumento da pobreza, instabilidade política e temores de uma desordem generalizada.
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No comunicado, o primeiro-ministro também pediu calma à população e afirmou que a situação do Haiti está sob controle da polícia e Forças Armadas: "Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e para proteger a nação. A democracia e a República vencerão."
Segundo a Folha, a ação de gangues em lutas entre si e com a polícia resultou em um aumento da violência nos últimos tempos, principalmente na capital do país, Porto Príncipe. Esse cenário se acentuou pela instabilidade política.
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Desde que assumiu a presidência, Moïse enfrenta protestos e acusações de autoritarismo e de tentar instalar uma ditadura, acusações negadas por ele. Desde janeiro de 2020, o presidente governava por decreto após suspender parte do Senado, toda a Câmara dos Deputados — equivalente ao Poder Legislativo— e os prefeitos.
Moïse foi eleito em 2015, mas após acusações de fraude o pleito foi anulado e uma nova votação confirmou o resultado, e ele assumiu o cargo em 7 de fevereiro de 2017 para um mandato de cinco anos.
O grande embate entre Moïse e a oposição foi relacionado ao tempo do mandato. Ele dizia que deveria governar até fevereiro de 2022, enquanto os adversários políticos e o Superior Tribunal de Justiça do Haiti afirmavam que o tempo de governo interino deveria contar como mandato, portanto, estendendo-se até fevereiro de 2021.
Apesar disso - e de diversos haitianos indo às ruas para pedir o fim do mandato -, o presidente se recusou a sair do cargo: “Eu não sou um ditador. Meu mandato termina em 7 de fevereiro de 2022,” disse.
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