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Primeira noite do festival Best of Blues é marcada pelo carisma de Buddy Guy e pela sensualidade de Ana Popovic

O line-up se completou com a apresentação do guitarrista prodígio Jonny Lang

Antônio do Amaral Rocha Publicado em 10/05/2014, às 11h29 - Atualizado às 11h39

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Buddy Guy foi só sorrisos durante seu show - Regina Schechtmanm/Divulgação
Buddy Guy foi só sorrisos durante seu show - Regina Schechtmanm/Divulgação

Os 2.500 lugares do WTC Golden Hall, em São Paulo, ainda não estavam todos ocupados quando a guitarrista sérvia Ana Popovic, radicada em Memphis, foi anunciada nesta sexta, 9, na primeira noite do festival Samsung Galaxy Best of Blues. Mas ainda demorou alguns minutos até que a loura adentrasse ao palco. Antes, sua banda formada por teclados, baixo e bateria deu um gostinho do que seria o show. Havia uma grande expectativa para saber como Ana, conhecida pelo seu estilo, estaria vestida. E ela não negou aos olhos do público aquele que tem sido o seu figurino básico: ela trajava um curto vestido azul claro, colado ao corpo. Em seguida, empunhou a guitarra Fender Stratocaster vermelha, que revezaria durante os 60 minutos de show com outra de cor diferente.

Exclusivo: Jeff Beck fala sobre o show no festival Best of Blues, em São Paulo.

Informações de bastidores davam conta de que Ana estava com uma forte gripe, até suspeita de pneumonia, mas ela se esforçou bastante a ponto desse fato passar despercebido ao público. A atração de abertura da edição 2014 do festival quis logo mostrar porque é considerada uma sensação no universo do blues, quase todo dominado por homens, e para isso atacou de Jimi Hendrix logo de cara, com uma versão de “Can You See Me”. O curto set list de nove músicas incluiu “Navajo Moon” (Stevie Ray Vaughan), gravada por ela no disco Comfort to the Soul (2003), e temas de seu último álbum, Can You Stand The Heat (2013). Mas não foi só pela maestria como se relaciona com a guitarra que Ana ganhou o público: a isso se somam também doses de sensualidade, que ela tem de sobra e mostrou o tempo todo no correto show, que não teve bis.

Depois de um intervalo de meia hora, o line-up trouxe outra sensação do blues, Jonny Lang, que aos 16 anos foi considerado um menino prodígio e aos 25 ganhou um Grammy com o álbum Turn Around (2006). Hoje, aos 33, já não é mais uma promessa, mas um guitarrista em plena ascensão. Ele veio acompanhado de um quarteto com guitarra, baixo, bateria e teclado. Inicialmente, os três primeiros temas davam pinta de um show de rock, mas a partir daí Lang embarcou no puro blues, apresentando músicas do seu último álbum, Fight for my Soul (2013). Apesar de comprovar ser um exímio guitarrista, isso não foi o suficiente para apagar a sensação de um show algo monocórdico, tanto que o ponto alto da performance se deu quando ele tocou o reggae “Three Little Birds”, de Bob Marley, fazendo o público cantar o refrão em coro.

Depois, foi a vez do show mais esperado da noite, que começou exatamente às 23h30. Até então o público assistia a tudo sentado, mas foi só Buddy Guy entrar no palco para que o clima de festa se instalasse. O bluesman foi recebido de pé e assim a plateia permaneceu por um bom tempo. Acompanhado por um quarteto, Buddy Guy trajava uma camisa preta salpicada de enormes bolas brancas, boné e calça também brancos. Dialogando o tempo todo com o público, ele fez um show só de clássicos do blues, incluindo de Muddy Waters a Jimi Hendrix, passando por Albert King e John Lee Hooker, como se fosse um grande pot-pourri. Carismático, ele até desceu do palco e tocou no meio da plateia.

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Quase ao fim do show, Buddy chamou o filho, o também guitarrista Greg Guy, que tocou uma Fender decorada com o mesmo padrão da camisa do pai. Logo depois o astro chamou a filha Carlise Guy e com ela tocou “Little By Little”. Ele até lembrou Eric Clapton dos tempos do Cream com “Sunshine of Your Love”, tirando som da guitarra de diversas maneiras, ora batendo uma baqueta e uma toalha nas cordas, ora esfregando o instrumento nas nádegas.

Depois de uma hora e meia de show, o veterano bluesman largou a guitarra e começou a presentear o público com palhetas, distribuindo dezenas delas. Um pequeno tumulto se formou, com algumas pessoas tentando subir ao palco, mas o sorridente Buddy encarou tudo com naturalidade.

O festival continua neste sábado. Veja mais informações abaixo.

Festival Samsung Galaxy Best of Blues em São Paulo

Sábado, dia 10, a partir das 20h: Céu, Joss Stone e Jeff Beck

Domingo, dia 11, a partir das 19h30: Trombone Shorty & Orleans Avenue, Marcelo D2 e Aloe Blacc

WTC Golden Hall - Avenida das Nações Unidas, 12.551 – Brooklin

Ingressos: R$ 150 a R$ 900

Vendas: Livepass

Informações: Site oficial