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Projeto Color + City conecta artistas com fome de arte e muros sedentos por tinta

Plataforma online que promove encontro entre grafiteiros e espaços urbanos de São Paulo começou a funcionar nesta terça, 26

Stella Rodrigues Publicado em 26/03/2013, às 14h05 - Atualizado às 17h36

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Color+City - Reprodução
Color+City - Reprodução

Mais cor, por favor. Esse é o lema do Color+City, plataforma online que começa a funcionar nesta terça, 26, e quer conectar a comunidade de arte urbana com donos de muros privados e externos de São Paulo que querem ver a cidade com mais cor. Sendo assim, nada mais justo do que pegar emprestado a noção por trás da frase “mais amor, por favor”, escrita em diversas paredes da capital, para criar a identidade do projeto. Para tanto, ele conta com o Google (apenas um dos muitos parceiros), que fornece sua plataforma de mapas para possibilitar a interação e acabar com o (s) clichê (s) da selva-de-pedra-terra-da-garoa-cidade-cinza da capital paulista - a primeira a entrar para o Color+City, mas que não deverá ser a única, já que a ideia é adaptável a qualquer outra cidade e a única exigência para um artista/doador de espaço urbano participar é ter uma conta no Google+.

A curadoria é assinada por Gabriel Pinheiro, que junto a Victor Garcia, outro “entusiasta” (conforme eles definem) da arte de rua, teve a ideia. Conforme Gabriel conta à Rolling Stone Brasil, a proposta deles “chegou à FLAG, um holding de empresas criativas. A FLAG abraçou o projeto e passou a apresentá-lo a uma série de potenciais parceiros, entre eles o Google Brasil, que entrou para viabilizar a plataforma via mapas. A partir daí, o networking foi se construindo naturalmente, agregando diversos agentes da economia criativa (empresas e pessoas físicas) para compartilhar competências e conhecimentos e dar forma à ideia”, revela. “O projeto misturou curadorias de conhecimento, ONGs, agências de publicidade, estúdios de design, publicações sobre arte, guias culturais, galerias, e, claro, artistas de rua.”

Esteban Walther, diretor de marketing do Google para a América Latina, explica o papel da empresa, que permite marcar os locais “desejados” por meio do sistema de colocar pins e deixa as pessoas livres para tomarem todas as decisões artísticas. “Todo funcionamento e mecânica do site incentiva que artista e dono da propriedade estabeleçam contato e formalizem sua relação para que dêem andamento a execução da arte”, diz Walther. “Além disso, o proprietário que já tiver cadastrado um espaço no Color+City poderá editar/excluir o pin, mesmo após realizada a reserva por algum artista, inclusive podendo cancelar tal reserva.” O lado mais bacana para os artistas é que ele é completamente soberano nas tomadas de decisão. “A arte final fica a critério do artista, sem interferência do dono do espaço urbano. Porém como a plataforma incentiva a aproximação de artista e proprietário, a arte pode nascer da relação que ambos estabeleceram. Além disso, a própria plataforma possui um espaço com as informações sobre o artista e obras já realizadas e vale lembrar que o portfólio do artista poderá ser visualizado na página do mesmo, no Google+”.

Um dos outros colaboradores encontrados pela FLAG para a iniciativa é o Projeto Quixote, que desde 1996 trabalha com jovens e famílias em situação de risco e desde sempre usa o grafite como forma de inclusão social. “Sempre apostamos na arte e na cultura como forma de inclusão social e transformação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, não poderíamos ficar de fora de uma proposta tão bonita e deste convite para colorir a cidade”, afirma Luane Araújo, coordenadora de parcerias no Quixote. “Ela vem para dar visibilidade a uma linguagem que utilizamos há muito tempo no Quixote que é o grafite, ou seja vem valorizar ainda mais esta arte que já foi considerada marginal. Já faz um certo tempo que a street art vem sendo considerada como arte em muitos meios, acredito que a parceria com o Google vem demonstrar a importância deste modo de expressão e das diferentes possibilidades de utilização que podemos fazer do espaço público.”

Se você tem um muro sem graça ou algum talento artístico - e nem precisa ser necessariamente com grafite, vale todo tipo de arte, veja aqui como pode participar e espalhar criatividade pelo espaço público urbano. Aos paulistanos, preste atenção quando estiver dirigindo pela cidade. Apesar de a plataforma ter entrado em funcionamento hoje, há muros espalhados pela cidade que já ganharam as tinhas do Color+City como uma forma de dar o pontapé inicial.