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Projota e outros artistas comentam sobre o Caso João Pedro e o racismo estrutural no Brasil

A morte do adolescente de 14 anos durante operação policial no Rio de Janeiro ganhou repercussão nacional

Redação Publicado em 25/05/2020, às 20h00

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Arte de Nando Motta/Reprodução/Instagram
Arte de Nando Motta/Reprodução/Instagram

Na última segunda, 18, João Pedro, adolescente de 14 anos, foi baleado e morto durante uma operação policial em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão nacional, e artistas como Projota comentaram sobre a tragédia, refletindo sobre o racismo estrutural no Brasil.

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Segundo o UOL, Projota disse se sentir “impotente” diante do caso. Em entrevista à Quem, o músico comentou: "Quando uma notícia assim surge, eu fico com ódio. Me traz muitas lembranças e sentimentos que tento esquecer ao longo da vida".

Para o rapper, a situação continua a mesma há muito tempo: "Vai fazer 20 anos que canto rap e não mudou nada. É a mesma merda. E agora outros meninos e meninas estão sofrendo por isso a ponto de perder a vida. Não temos perspectiva nenhuma de mudança próxima. Eu me sinto impotente. Sinto que estamos fracassando".

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Na entrevista, o músico ainda relembrou de um passeio com os amigos, feito aos 17 anos, no qual sofreu racismo: “Estávamos em quatro amigos. Três negros e um branco, de olho azul. Tomamos um enquadro, o policial separou meu amigo branco e perguntou se a gente estava sequestrando ele".

Projota não foi o único a comentar sobre o caso e mostrar repúdio à ação dos policiais. Segundo o NSC Total, outros artistas se pronunciaram nas redes sociais. O ator e ex-BBB Babu Santana usou o Twitter para se pronunciar: “Acabei de ver o depoimento do pai do João Pedro, e é revoltante! Quantas pessoas vão ter que morrer para nosso Estado entender que essa conta não fecha? #vidasnegrasimportam”.

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A cantora IZA também publicou sobre o caso. No Instagram, a artista publicou uma arte feita por Nando Motta com a legenda: “Acordei com essa notícia horrível. Que tristeza. Que dor. Até quando isso, meu Deus? #JoaoPedroPresente”. Outros famosos, como Bruno Gagliasso e Tatá Werneck publicaram imagens com os dizeres “João Pedro, presente!”.

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Acordei com essa notícia horrível. Que tristeza. Que dor. Até quando isso, meu Deus?🙏🏾😔🖤 #JoaoPedroPresente

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A atriz Taís Araújo republicou os dizeres da filósofa, feminista e pesquisadora Djamilla Ribeiro: "João Pedro Mattos estava em casa, brincando com seus primos, quando seu corpo foi mutilado com as balas perdidas que só encontram corpos negros. Domingo, estava assistindo a um telejornal, numa matéria em que falava sobre essa Operação que subia uma comunidade e matou várias pessoas no Complexo do Alemão, como se fosse a coisa mais normal do mundo. É normalizado, não deve ser normal".

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#repost @djamilaribeiro1 Fiquem em casa, dizem. Pois João Pedro Mattos estava em casa, brincando com seus primos, quando seu corpo foi mutilado com as balas perdidas que só encontram corpos negros. Domingo, estava assistindo a um telejornal, numa matéria em que falava sobre essa Operação que subia uma comunidade e matou várias pessoas no Complexo do Alemão, como se fosse a coisa mais normal do mundo. É normalizado, não deve ser normal.Cenas do Caveirão do Bope, veículo conhecido do Tropa de Elite, filme que ainda é exibido semanalmente, apesar de glorificar tortura, corporação e máquina de guerra genocidas para depois a matéria cortar para uma pessoa da polícia, penso que o delegado, dizer que era para a população ficar tranquila, pois não havia morrido nenhum "inocente". Historicamente ninguém dessas comunidades é ouvido em matérias como essa e, dessa vez, o formato se repetiu. Mais um discurso de supremacia branca produzido com sucesso na televisão, um discurso que produz mortes. João Pedro Mattos foi uma delas, juntando-se a Amarildo, Claudia, Ágatha e outras milhões de pessoas. Alvejado, e sob o risco de atrapalhar a sinfonia assassina entre polícia, governo e mídia, seu corpo foi subitamente colocado em um helicóptero, sem ninguém de sua família, que ficou dezesseis horas sem saber seu paradeiro! 16 horas! Tempos depois, após uma campanha na internet, descobriu que o corpo do menino estava no IML. O horror... o horror... Vale dizer, o governador do Rio de Janeiro foi eleito sob a promessa de uma política genocida, mais ainda da que já era praticada. Disse que sob seu comando a polícia ia mirar e “atirar na cabecinha”. Enojante, tudo muito revoltante. Existe uma guerra contra a população negra desse país. João Pedro, presente!

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