Segundo o governo japonês, a água radioativa será tratada antes de liberada no mar
Na terça, 13 de abril, o Japão aprovou um plano para despejar no mar água contaminada da usina nuclear de Fukushima, destruída por um tsunami em 2011. Segundo a BBC, será mais de um milhão de toneladas da água lançadas ao oceano - e diversas nações, como China e Coreia do Sul não aprovam o projeto.
De acordo com o Japão, a água será tratada para os níveis de radiação não serem prejudiciais ao oceano. Contudo, diversos grupos ambientalistas não aprovam a decisão, assim como moradores da região e a própria indústria pesqueira do país.
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Desde 2011, quando reatores nucleares - e sistemas de resfriamento - da usina de Fukushima foram danificados, a água contaminada serviu para resfriar o combustível nuclear. No entanto, segundo a BBC, a operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (TepCo), está ficando sem espaço para armazenar a água - e até 2022, não haveria mais tanques para depositá-los,
Atualmente, o tratamento da água inclui a filtração da maioria dos elementos radioativos, mas alguns continuam presentes, como trítio. Dessa forma, a ingestão do material ainda pode ser perigosa, mas em pequenas quantidades não é prejudicial à saúde.
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Apesar das afirmações do governo japonês, diversas entidades são contrárias ao plano de descarte da água. Segundo a ISTOÉ, o Greenpeace também indica a presença de outros elementos radioativos no material, como carbono-14. Em excesso, o isótopo radioativo poderia entrar na cadeia alimentar e danificar o DNA.
Por isso, defende-se que a água seja mantida armazenada até que o sistema de filtragem do material melhore. Os pescadores também afirmam que o projeto pode prejudicar a imagem dos produtos locais.
Em entrevista à AFP. O diretor da associação sindical dos pescadores de Fukushima disse: “A mensagem do governo de que a água não é perigosa não chega ao público, esse é o grande problema. Nossos parceiros comerciais nos dizem que deixarão de vender nossos produtos. Nossos esforços para restaurar a indústria pesqueira na última década seriam frustrados”.
De acordo com os cientistas, há pouco perigo à saúde caso a diluição e volume da água sejam controlados: “Há um consenso entre os cientistas de que o impacto na saúde (de um derramamento de água triturada no mar) é minúsculo”, mas “não podemos dizer que o risco é zero, por isso é polêmico,” explicou Michiaki Kai, especialista em riscos de radiação.
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) também afirmou que apoia o plano japonês, e comparou o lançamento da água ao descarte de esgoto em outras usinas. Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA, disse (via BBC): "O descarte no oceano é feito em outro lugar. Não é algo novo. Não há escândalo aqui."
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