Entre talentos e riffs, algumas músicas, como 'The Rover', eram pura exibição
É difícil negar a ideia de que Jimmy Page foi um dos melhores guitarristas da história da música. Na carreira com o Led Zeppelin, entregou clássicos como “Stairway to Heaven”, “Ten Years Gone” e diversos, incontáveis outros.
Mas, para ver o ápice das habilidades de guitarra de Page, você provavelmente deve pular os primeiros álbuns e ir direto para Physical Graffiti, de 1975. Mais precisamente, o lado A do disco 1.
Começando por “Custard Pie”. A primeira faixa do disco é alucinada, e a guitarra de Page abre o álbum com boas doses do rock. A terceira e última música do lado A, “In My Time of Dying”, também não desaponta. Slides e riffs na montanha russa dos 11 minutos da música marcam bastante o estilo dos próximos três lados daquela coleção.
Mas a maior exibição das cordas não é nenhuma dessas, e sim aparece entre elas: “The Rover”, para Jimmy Page, é “atitude de um guitarrista pavão”: exibido, maravilhoso, contagiante e empolgante. Uma música que, embora seja iniciada pela bateria, baseia-se completamente na guitarra.
“O segredo de ‘The Rover’ é todo a vaidade e orgulho que tem nela, toda a atitude de um guitarrista pavão,” explicou Page para a Rolling Stone EUAem 2015. “Tenho medo de dizer, mas é aquele tipo de coisa tão aparente quando você ouve ‘Rumble’ de Link Wray [facilmente outro dos maiores guitarristas da história]. Simplesmente atitude, sabe?”
Mas Jimmy Page não consegue evitar todo esse exibicionismo: “Isso provavelmente está no meu DNA, para ser sincero.” Talvez, de fato, estivesse, pelo que o Led Zeppelin significou para a música.
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